O título do blog tem amplo significado. Tanto o autor como o presente espaço estão em constante construção.
(Afinal, somos seres inconclusos...). O blog vem sendo construído periodicamente - como todo blog - através da postagem de textos, comentários e divagações diversas (com seu perdão pela aliteração).

terça-feira, 22 de dezembro de 2015

Livros que li em 2015...

A Cruz e o Crescente (Richard Fletcher)
Apóstolos (Augustus Nicodemus Lopes)
A Segunda Vinda de Cristo (Hernandes Dias Lopes)
A supremacia e a suficiência de Cristo - A mensagem de Colossenses para a igreja de hoje (Augustus Nicodemus Lopes)
Decepcionados com a Graça (Paulo Romeiro)
Deus e o mal (Willian Fitch)
Deus é Santo! (R.C. Sproul)
Deus não desistiu de você (Nemuel Kessler)
Deus não é cristão e outras provocações (Desmond Tutu)
Este homem não esteve 90 minutos no céu (Jader Borges Filho)
Estes são os últimos dias? (R.C. Sproul) 
Filipenses - A humildade de Cristo como exemplo para a Igreja (Elienai Cabral)
Fogo Estranho (John MacArthur)
Jesus, o único caminho para Deus (John Piper)
Lições de vida na oração de Salomão (Luziléia M. Paganini)
Lucas - O Evangelho de Jesus, o Homem Perfeito (José Gonçalves)
Nietzsche para estressados (Allan Percy)
Novo casamento... novos filhos (Kevin Leman)
O batismo cristão - imersão ou aspersão? (Charles Hodge)
O culto segundo Deus - A mensagem de Malaquias para a igreja de hoje (Augustus Nicodemus Lopes)
O que é Arrependimento? (R.C. Sproul)
Os Dez Mandamentos [+ um] (Luiz Felipe Pondé)
Os Vingadores e a Filosofia (Vários)
Pais fracos, Deus Forte - Criando filhos na Graça de Deus (Elyze Fitzpatrick e Jessica Thompson)
Polêmicas na igreja (Augustus Nicodemus Lopes)
Provações (Ricardo Ferreira Nunes)
Psicologia do Sentido Moral (Marciano Vidal)
Qual é a Relação entre a Igreja e o Estado?  (R.C. Sproul)
Quebra de Maldição (Paulo César Lima)
Saia Justa: respostas bíblicas para questões difíceis (Vários)
Segurança e Advertências do Evangelho (Paul Washer)
Sexo sem culpa (Charles Santos)
Sermões sobre a Salvação (Charles H. Spurgeon)
Super Ocupado (Kevin DeYoung) 

Soli Deo Gloria
Alessandro Cristian

sábado, 19 de setembro de 2015

Uma vez salvo, salvo para sempre? Sem dúvida.

Uma das grandes dificuldades encontradas por um "assembleiano calvinista" no âmbito eclesiástico é ter que, vez por outra, ouvir ataques infantis e gratuitos às doutrinas em que crê. Um dos pontos ao qual tenho percebido mais afrontas é a perseverança dos santos.
De maneira distorcida, acreditam os arminianos que o "uma vez salvo, salvo para sempre" não condiz com o ensinamento das Escrituras. Segundo afirmam os detratores, se assim fosse, "bastaria crer em Cristo e continuar vivendo uma vida pecaminosa, em deleites e prazeres carnais, e não haveria problema algum; afinal, uma vez salvo, salvo para sempre". Não percebem que crer em Cristo e tê-lO como Senhor e Salvador e, ao mesmo tempo, viver no pecado, são coisas diametralmente opostas. 
O que afirma, afinal, a doutrina da perseverança dos santos? Em suma, que todos aqueles que foram justificados serão salvos no fim. Tranquilamente pode-se dizer que a Bíblia favorece a posição calvinista da segurança eterna, ou seja, de que uma pessoa que de fato é salva jamais poderá perder a salvação.
Um grande número de textos sagrados ratificam essa posição. Vejamos alguns deles:
(Minhas observações vem abaixo de cada versículo)
"Que mediante a fé estais guardados na virtude de Deus para a salvação, já prestes para se revelar no último tempo [...]." (1 Pedro 1:5)
Aqui vemos a ideia de que, pela fé que n'Ele depositamos, temos a garantia de que Seu poder nos guardará até o fim.

"Tendo por certo isto mesmo, que aquele que em vós começou a boa obra a aperfeiçoará até ao dia de Jesus Cristo [...]" (Filipenses 1.6)
Claro está que todos os regenerados serão salvos, uma vez que aquele que iniciou o processo de salvação em nós irá terminá-lo.

"Na verdade, na verdade vos digo que quem ouve a minha palavra, e crê naquele que me enviou, tem a vida eterna, e não entrará em condenação, mas passou da morte para a vida." (João 5:24)
Temos a vida eterna a partir do momento em que cremos. Assim, podemos ter a convicção de que o céu nos aguarda. Essa convicção nos leva a desejarmos fazer a vontade daquEle que nos chamou.

"Porque com uma só oblação aperfeiçoou para sempre os que são santificados." (Hebreus 10:14)
Para sempre...

"Porque os que dantes conheceu também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos. E aos que predestinou a estes também chamou; e aos que chamou a estes também justificou; e aos que justificou a estes também glorificou." (Romanos 8:29-30)
Essa sequência não pode ser quebrada. Ou seja, aqueles que Deus predestinou, Ele chamou, justificou e, por fim, glorificou.

"As minhas ovelhas ouvem a minha voz, e eu conheço-as, e elas me seguem; E dou-lhes a vida eterna, e nunca hão de perecer, e ninguém as arrebatará da minha mão. Meu Pai, que mas deu, é maior do que todos; e ninguém pode arrebatá-las da mão de meu Pai." (João 10:27-29)
As ovelhas verdadeiramente chamadas jamais perecerão. Ninguém pode arrebatá-las das mãos de Deus. Nem nós mesmos.

"Em quem também vós estais, depois que ouvistes a palavra da verdade, o evangelho da vossa salvação; e, tendo nele também crido, fostes selados com o Espírito Santo da promessa. O qual é o penhor da nossa herança, para redenção da possessão adquirida, para louvor da sua glória." (Efésios 1:13-14)
O selo do Espírito é inviolável. É o penhor, a garantia da nossa herança.

"Ora, àquele que é poderoso para vos guardar de tropeçar, e apresentar-vos irrepreensíveis, com alegria, perante a sua glória, Ao único Deus sábio, Salvador nosso, seja glória e majestade, domínio e poder, agora, e para todo o sempre. Amém." (Judas 1:24-25)
Amém.

"Estas coisas vos escrevi a vós, os que credes no nome do Filho de Deus, para que saibais que tendes a vida eterna, e para que creiais no nome do Filho de Deus." (1 João 5:13)
Tendes a vida eterna. Vida eterna não é igual a dinheiro no bolso que, se temos num dia, no outro já não temos. É eterna.

É fato que vários versículos são usados pelos arminianos para refutar a doutrina da perseverança dos santos e para expor que a salvação pode ser perdida. No entanto, tais versículos são utilizados para tais propósitos de maneira errônea. Se referem, na realidade, a duas categorias:
1) A crentes professos, mas falsos (Mt 7:22,23; II Pe 2:22; Ap 22:19; etc.).
2) À perda de galardão, e não de salvação (I Co 3:11-15; I Co 9.27; Hb 6:4-6; Hb 10:26-29; etc.).

Cabe frisar que a Palavra nos afirma que fomos eleitos "nele antes da fundação do mundo, para que fôssemos santos e irrepreensíveis diante dele em amor" (Efésios 1.4). Os eleitos foram eleitos antes mesmo que houvesse mundo e, de igual maneira, seus nomes estão escritos no livro da vida desde sempre. Os nomes que lá estão não são apagados e reescritos de acordo com suas obras e conduta. Simplesmente estão lá.

Óbvio que não podemos incorrer no mesmo erro dos detratores da perseverança dos santos, afirmando que podemos crer mas viver satisfazendo as vontades da carne, afinal "já sou salvo mesmo"...
Não.
Somos "eleitos segundo a presciência de Deus Pai, em santificação do Espírito, para a obediência e aspersão do sangue de Jesus Cristo" (I Pe 1.2).
Se alguém afirma ser eleito, mas não se preocupa com a santificação, é sinal de que não é eleito. "Porque não nos chamou Deus para a imundícia, mas para a santificação." (I Ts 4.7)
Simples assim. Convencionou-se chamar isso de calvinismo, mas é muito mais do que isso. É a Palavra de Deus.

Soli Deo Gloria
Alessandro Cristian

terça-feira, 14 de julho de 2015

O que é o homem?

No Salmo 8 versículo 4, o rei Davi, ao falar da Grandeza de Deus e consciente da pequeneza e das limitações humanas, pergunta ao Criador: “Que é o homem mortal para que te lembres dele?”. A mesma pergunta é emprestada pelo escritor da carta aos Hebreus, ao falar da superioridade de Cristo em relação aos anjos e em relação a seu sumo sacerdócio perfeito (Hb 2).
O homem... Ou melhor, o ser humano... 
Antropólogos tem se debruçado sobre a praticamente impossível missão de estudar esse ser que, apesar de capaz de promover diariamente avanços tecnológicos inimagináveis, é incapaz de, de per si, promover seu espírito da condição de perdido à condição de remido.
Psicólogos diariamente se desgastam analisando indivíduos na sua singularidade, seu comportamento e suas experiências subjetivas. Dissecando os processos mentais daqueles que encontram soluções para as mais diversas situações e curas para os mais diversos tipos de males, mas que por vezes não encontram a si mesmos.
Sociólogos executam sua incumbência de estudar os fenômenos sociais, compreendendo as diferentes formas de constituição das sociedades e suas culturas. Ou seja, estudando o convívio do homem em seu grupo. A vida do homem enquanto ser social, não obstante o fato de que, apesar do convívio social, por vezes pensa que conviver consigo mesmo é um fardo impossível de se carregar.
Para os evolucionistas, o homem nada mais é do que fruto da seleção natural, ou da evolução de formas inferiores de vida.
Para o filósofo sofista Protágoras (480 a.C – 410 a.C), “o homem é a medida de todas as coisas, das que são, enquanto existem, e das que não são, enquanto não existem”. Tal pensamento, além de ser uma das máximas da pós-modernidade, com a relativização da verdade e dos valores morais, se faz presente também de maneira velada em muitas igrejas por intermédio do antropocentrismo, onde Deus é tirado do centro do culto para dar lugar ao homem.
Mas... E a Bíblia, o que diz a respeito do homem? Ou melhor, o que o Autor da Bíblia pensa a respeito do homem? Isto é, eu e você, o que somos para Deus?
Somos seres criados à imagem e semelhança d’Ele (Gn 1.26,27). Somos “feitura sua, em Cristo Jesus para boas obras, as quais Deus antes preparou para que andássemos nelas.” (Ef 2.10). Somos seres com uma natureza moral e espiritual, à maneira do Criador. Somos a coroa da criação, seres em quem Deus tem colocado seu próprio Espírito (“Temos, porém, esse tesouro em vasos de barro, para que a excelência do poder seja de Deus e não de nós” – II Co 4.7).
Sim, somos fruto do Eterno. Não somos meras obra do acaso, tampouco resultado de um processo evolutivo iniciado com uma ameba milhões de anos atrás. Somos provenientes do Pai. Seres por quem Cristo deu a vida. Fomos comprados por bom preço (I Co 7.23). Nossa vida custou, nada mais nada menos, que a Vida de Deus.
Isso é o homem. Vaso de barro, pó e cinza, falho. Mas cuja alma vale mais que o mundo todo em ouro e prata.

Soli Deo Gloria 
Alessandro Cristian

domingo, 21 de junho de 2015

Dicotomia ou tricotomia?

Há pelo menos duas diferentes interpretações teológicas acerca da constituição humana. Afinal, nossa natureza é dicotômica ou tricotômica? Entendo que o ser humano é constituído de um corpo material, e de um âmago imaterial.
Conquanto a maioria das igrejas evangélicas apresente uma visão tricotômica do homem – ou seja, a idéia de que o homem é formado de corpo, alma e espírito, a teologia reformada expõe a visão dicotômica, segundo a qual somos corpo e alma (ou espírito).
Entre aqueles que creem na natureza humana tricotômica, se afirma que a alma diz respeito somente à percepção deste mundo, enquanto o espírito é uma parte distinta da personalidade que pode ter comunhão com Deus e com o mundo sobrenatural.
No entanto, há dissonância entre tal pensamento e aquilo que diz a Palavra. Aliás, tanto o idioma hebraico como o grego utilizam "alma" e "espírito" como sinônimos. As principais passagens bíblicas utilizadas pelos tricotomistas na defesa de sua posição são I Ts 5:23 e Hb 4:12. Num primeiro momento, parece de fato haver distinção entre alma e espírito, mas vejamos o que exatamente quer dizer a Bíblia:

Hebreus 4:12: Porque a palavra de Deus é viva e eficaz, e mais penetrante do que espada alguma de dois gumes, e penetra até à divisão da alma e do espírito, e das juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e intenções do coração.

O texto em apreço não ensina a tríplice divisão do homem. Antes, dá ênfase ao poder imanente à palavra do Senhor, capaz de penetrar no mais profundo do ser. Não trata da divisão do âmago humano em duas partes distintas.


I Tessalonicenses 5:23: E o mesmo Deus de paz vos santifique em tudo; e todo o vosso espírito, e alma, e corpo, sejam plenamente conservados irrepreensíveis para a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo.

Nesse caso, praticamente de maneira excepcional, a Bíblia apresenta o elemento imaterial do homem sob diferentes óticas. Acredito que o apóstolo exorta o povo a santificar a vida em totalidade: a parte material (corpo), a parte imaterial (espírito) e a soma de ambos (alma).

Caso semelhante aos dois versículos acima apresentados encontramos em Marcos 12:30, onde são citadas quatro palavras sinônimas, sem que necessariamente haja distinção entre elas:

Amarás, pois, ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento, e de todas as tuas forças; este é o primeiro mandamento.


Kivitz [p. 138] apresenta a seguinte ideia, bastante pertinente, a respeito da alma:
Aqueles que dizem que a alma é a sede dos pensamentos, sentimentos e vontade esquecem que esses são atributos do espírito, pois Deus é espírito, não tem alma, mas tem pensamentos, sentimentos e vontade, já que é uma pessoa – a Pessoa. A alma, no ser humano, determina a identidade singular de cada pessoa, que não existe à parte de sua herança genética e que inclui tanto fatores determinantes da aparência física quanto registros psicoemocionais. Talvez seja essa uma das grandes diferenças entre a tradição da espiritualidade judaico-cristã e as demais espiritualidades. Todas as outras veem o corpo como obstáculo, prisão da alma, e apregoam que a plenitude da vida é possível apenas ao desencarnado. A espiritualidade judaico-cristã crê no corpo físico como imprescindível à existência humana.” [1]

Segundo o estudo bíblico “O corpo e a alma na Bíblia: O que eu sou?”, da Bíblia de Estudo de Genebra [p. 12], 
Na morte e no estado intermediário entre a morte e a ressurreição final, enquanto os mortos aguardam a volta de Cristo, o corpo e a alma são separados. No entanto, esse não é o nosso destino final. A esperança cristã não é que a alma seja redimida do corpo, mas sim que o corpo e a alma sejam redimidos juntos. Embora as Escrituras não expliquem a natureza exata do nosso corpo glorificado, sabemos que será relacionado ao nosso corpo atual de tal modo que manteremos a nossa identidade singular.” [2]

Em síntese, a meu humilde ver, é muito simples. O homem é constituído por duas partes, quais sejam: o corpo exterior (material) e o espírito (o ser imaterial).
Ademais, creio que Gênesis 2:7 sintetiza perfeitamente a visão dicotomista:
E formou o SENHOR Deus o homem do pó da terra, e soprou em suas narinas o fôlego da vida; e o homem foi feito alma vivente.

Ou seja:

1) Formou o SENHOR Deus o homem do pó da terra (adamah): o corpo, ou matéria.
2) Soprou em suas narinas o fôlego da vida (ruah): o espírito, o cerne imaterial.

3) O homem foi feito alma vivente (nephesh): alma, ou a soma do corpo e do espírito.

Simples assim.


(PS: Outros textos que apontam para a bipartição humana: Eclesiastes 12.7; I aos Coríntios 5.5 e 7:34; II aos Coríntios 7:1)
Referências:

[1] KIVITZ, Ed René. Vivendo com Propósitos. São Paulo: Mundo Cristão, 2003.

[2] BÍBLIA: Bíblia de Estudo de Genebra. 2. ed. Barueri, SP: Sociedade Bíblica do Brasil; São Paulo: Cultura Cristã, 2009.

Soli Deo Gloria
Alessandro Cristian

quinta-feira, 11 de junho de 2015

Polêmicas na Igreja - Augustus Nicodemus (leitura recomendada)

Augustus Nicodemus é um dos principais teólogos da atualidade no Brasil. Sua intensa atividade na internet influencia uma multidão de ávidos seguidores em busca de uma abordagem cristocêntrica e reformada. Em Polêmicas na Igreja, ele apresenta sua visão sobre os principais temas que desafiam a Igreja em nossos dias e que podem comprometer a fé cristã, caso não sejam adequadamente analisados. Nesta obra você descobre como a Bíblia pode nos ajudar a compreender assuntos diversos e críticos, como homossexualidade, fé e cultura, espiritualidade e religiosidade, céu e inferno, verdade e pluralidade, dons espirituais, unção e outros que florescem em discussões acaloradas entre cristãos.

Sinopse extraída do site da Editora Mundo Cristão.


Soli Deo Gloria
Alessandro Cristian

quarta-feira, 20 de maio de 2015

Carta aberta aos meus acusadores

Carta aberta aos meus acusadores

Inicialmente, quero deixar claro que o pensamento aqui registrado não possui qualquer resquício de ressentimento. No entanto, tal registro se faz necessário para aclarar o pensamento de algumas pessoas que, dizendo-se servas de Deus, mais se assemelham a servas do inimigo de nossas almas, o Acusador-mor. Afinal, se esquecem que um dia foram também perdoados, e diariamente são lavados de suas iniquidades por meio do Sangue do Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo.
Fato é que, devido à ação de tais acusadores, por vezes me sinto como o único homem da face da Terra que está terminantemente proibido de errar. Isso porque numerosos são os dedos que me apontam e as línguas que, impiedosamente, me condenam ao inferno, como se algum ser humano tivesse tal poder. Mas poucos foram aqueles que me ofereceram seus ombros e me ofertaram palavras de consolo ante os dias de agonia profunda que passei nos últimos meses.
Sim, estou sentindo na pele aquilo que nosso irmão Tiago escreveu no primeiro século da Era Cristã e que está registrada no capítulo 3 de sua epístola (versículo 1), na Bíblia que ora temos em mãos.
Ou seja, talvez pela posição que eu ocupava, mormente me viam como "o perfeito", ou "o impecável". Se esquecem  de que, por mais firme que o homem pareça estar, não passa de uma bolha de ar, névoa, barro, pó e cinza (Gênesis 2:7; 18:27; Salmo 39:5). Ademais, sempre deixei claro que nunca quis assumir posição alguma de liderança dentre o povo de Deus, justamente por ter consciência de minhas limitações e imperfeições.
Mas a obra é de Deus, e para fazê-la Ele pode levantar quem quiser. E por Sua infinita bondade, por Sua maravilhosa graça e por Sua soberana misericórdia, Ele me levantou e, certamente, uma vez mais me levantará.
Prezados, será que vocês se esquecem dos personagens bíblicos que tropeçaram no trajeto, mas que foram restaurados pelo Senhor? A própria Palavra nos indica a grandiosidade e o alcance do perdão de Deus.
Observemos o episódio que ficou conhecido pela epígrafe "A mulher adúltera", registrada
no capítulo 8 do Evangelho segundo escreveu João. A "pecadora" (usamos esse termo como se houvesse ser humano que não peque...) estava prestes a ser apedrejada por ter cometido seu erro, quando Jesus se dirige tranquilamente a seus algozes com um desafio:
"Aquele que de entre vós está sem pecado seja o primeiro que atire pedra contra ela" (João 8:7).
Note que o Mestre não fez referência especificamente ao pecado cometido pela acusada, mas utilizou a palavra "pecado" de maneira genérica. Penso que assim o fez Jesus por dois motivos básicos:
1) O homem tem a tendência de minimizar suas falhas e hiperdimensionar as alheias, em arroubos de hipocrisia e autocomiseração. Um dia desses vi numa rede social uma frase que bem ilustra esse tipo de atitude: "Não se julgue melhor que eu só porque seu pecado é diferente do meu".
2) Deus, em Sua soberania, vê os pecados indistintamente e perdoa a todos, também indistintamente (exceto a blasfêmia contra o Espírito Santo, o pecado imperdoável).
Tocados pelas palavras do Filho de Deus, um a um, os acusadores foram soltando as pedras que traziam, e retornando a seus afazeres cotidianos. A conclusão do diálogo, bem sabemos:
"E, endireitando-se Jesus, e não vendo ninguém mais do que a mulher, disse-lhe: Mulher, onde estão aqueles teus acusadores? Ninguém te condenou?
E ela disse: Ninguém, Senhor. E disse-lhe Jesus: Nem eu também te condeno; vai-te, e não peques mais" (João 8:10,11).
O que dizer então de Davi, que não obstante suas transgressões (adultério, mentiras, assassinato, etc.) posteriormente foi perdoado - perdão Divino precedido por um arrependimento sincero - e ficou conhecido como "o homem segundo o coração de Deus"?
Bom, prezados... Ante o exposto, caso alguém queira continuar me acusando e falando mal de mim, fique à vontade. Estou orando por vocês. Deus conhece meu coração.
Se não quiserem me perdoar, tudo bem... Perdão não se exige, deve ser espontâneo. Mas entendo que, se assim procederem, estarão encrencados ao repetir a oração que Jesus nos ensinou: "... perdoa-nos... assim como nós perdoamos..." (Mateus 6:12).
Sei que quando eu voltar a pregar e a ensinar a Palavra - se eu voltar - muitos vão fazer cara feia e torcer o nariz. Mas o que importa é que Jesus vai olhar, como nunca deixou de me olhar, dar um sorriso e me dizer: "Filho, eu te amo".

Soli Deo Gloria
Alessandro Cristian

sábado, 2 de maio de 2015

As teclas de atalho e o texto de nossa existência...

Na sociedade hodierna, informatizada ao extremo, de modo a tornar mais fácil e dar maior agilidade à produção de documentos, algum dia um "iluminado" teve a brilhante ideia de criar as famosas "teclas de atalho", as quais são de grande utilidade para os usuários de computadores
De maneira figurada (óbvio), é possível aplicarmos os princípios imanentes a essas funções à nossa existência enquanto filhos de Deus. Vejamos:
Ctrl + C: deve ser utilizado sempre que desejamos copiar atos, atitudes, ações e palavras observadas em nós mesmos, em outrem e, sobretudo em Jesus. D’Ele, aliás, devemos copiar tudo, sem ressalvas.
Ctrl + V: recurso a ser utilizado em conjunto com o anterior. Para as situações supra e, para “tudo o que é verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se há alguma virtude, e se há algum louvor”(1) deve ser usado à vontade.
Ctrl + X: sempre que intentar recortar um plano, intenção ou projeto para colocá-lo mais adiante no texto de sua existência, utilize essas teclas. Por vezes se faz necessário o uso de tal recurso, sobretudo após revermos situações e possibilidades, uma vez que Deus é quem sabe o pensamento que tem a nosso respeito; pensamento de paz e não de mal, para nos dar o fim que esperamos (2). Devemos ter a humildade de reconhecer que não é a nossa vontade que deve ser feita, mas a d’Ele. E situações há em que Ele quer que ponderemos e apertemos o Ctrl + X em nossos intentos para colocarmos em ação o Ctrl + V mais adiante.
Ctrl + R: utilize sem reservas após selecionar as passagens mais preciosas e inspiradas de sua trajetória, principalmente seus momentos em companhia dos entes queridos, seus momentos de busca e intensa comunhão com o Pai. Para esses, aliás, mantenha sempre pressionado o Ctrl + R. Mas, atenção: nunca utilize essas teclas quando se trata das passagens do texto que tratam de seus deslizes.
Ctrl + L e Ctrl + U: ou localizar e substituir. Se porventura vierem momentos de angústia, aperte o Ctrl + L e localize os momentos em que a bondade de Deus foi manifesta em sua vida. Verás quantas ocorrências serão encontradas; e então, perceba que não há motivo para desanimar, nem se deixar abater. O amor do Pai sempre sobressairá em sua vida. Basta querer enxergar. Substitua a tristeza e a aflição pela paz, e alegria no Espírito Santo, provenientes de Deus Pai.
Ctrl + T: teclas usadas quando se quer selecionar todo o texto. Utilizá-las a todo instante corresponde a viver intensamente. Sua vida é única (Hb 9.27). Sobretudo se você a vive na presença do Todo Poderoso, permita-se imergir na Eternidade. Que cada momento vivido corresponda a uma prévia do porvir.
Ctrl + Z: sabemos que basta usar esse comando e o computador faz retroceder, passo a passo, o trabalho até então realizado. Já na vida, esse artifício não pode ser utilizado. Deus não permite a utilização desse atalho por uma simples razão: é nosso dever sermos responsáveis por aquilo que fazemos, dizemos ou pensamos. Conquanto Cristo “delete” nossas dívidas para com o Criador no momento em que n’Ele cremos como único e suficiente Senhor e Salvador, as consequências ficam. E elas podem vir sob a forma de uma gravidez prematura, um casamento jogado fora, uma pena a ser cumprida por uma transgressão às leis. Portanto, muito cuidado com aquilo que você escreve nas linhas e entrelinhas do texto de sua vida. A vida não pode ser cancelada. Ctrl + Z, sem chance. No entanto, Deus sempre nos dá a oportunidade de um recomeço. De continuarmos digitando nossa vida sob sua direção.
Ctrl + Y: tecle esse atalho em seus momentos de meditação. Vá para o cabeçalho e observe que você só está em pé porque o SENHOR está acima de tudo no texto de sua vida. Vá para as seções e linhas de sua existência e contemple as mãos de Deus sempre a te conduzir e amparar. Vá para as notas de rodapé e observe o que está consignado: “Mais uma página finda com êxito, porque até aqui me ajudou o SENHOR”.

Soli Deo Gloria
Alessandro Cristian

1. Filipenses 4.8; 2. Jeremias 29.11

sábado, 25 de abril de 2015

O que você precisa saber sobre batalha espiritual - Augustus Nicodemus Lopes (leitura recomendada)

5ª edição revisada e aumentada
Foi com alegria que vimos as quatro primeiras edições se esgotarem. Muitos crentes estão sendo abençoados por este estudo sério, profundo. É certo afirmar que a igreja evangélica não possuía, antes desta obra, outra que apresentasse posição tão bíblica e prática sobre o mesmo assunto. Esta quinta edição, depois dos acréscimos feitos na anterior, foi cuidadosamente revisada. Acrescentamos, também, no final de cada capítulo, perguntas para recapitulação e discussão em grupo, bem como para reflexão pessoal.
Cremos ainda que este livro contribuirá para que a igreja estude com seriedade a Palavra de Deus e se firme na Verdade, rejeitando tanto o erro de dentro como o de fora.

Cláudio Marra -
Editor

Augustus Nicodemus Gomes Lopes é paraibano, bacharel em teologia, mestre em Novo Testamento e doutor em Interpretação Bíblica. É pastor presbiteriano, atuando na Igreja Presbiteriana de Santo Amaro em São Paulo, professor de exegese bíblica no Centro Presbiteriano de Pós-Graduação Andrew Jumper e Chanceler da Universidade Presbiteriana Mackenzie. É casado com Minka Schalkwijk Lopes, holandesa, fisioterapeuta pela Unviersidade Federal de Pernambuco e mestranda em teologia pelo Centro Presbiteriano de Pós-Graduação Andrew Jumper. O casal tem quatro filhos: Hendrika, Samuel, David e Anna.
Sinopse extraída do site da Editora Cultura Cristã.

Soli Deo Gloria
Alessandro Cristian

quinta-feira, 16 de abril de 2015

Por Que a Galinha Atravessou a Rua?

Entre os maiores enigmas e questões da humanidade, uma pergunta não quer calar: Por que a galinha atravessou a rua?
Veja como alguns teólogos, filósofos e pensadores responderiam essa importante questão.
É só para rir um pouco. Não leve tão a sério, ok?

Luterano: Atravessou pela fé, e pela fé somente.

Calvinista: Estava predestinada a atravessar a rua.

Arminiano: Deus previu que a galinha iria atravessar a rua. Ela creu e atravessou por seu próprio arbítrio livre.

Pelagiano: Ela escolheu atravessar a rua e não precisou de ninguém.

Cassianista: Ela atravessou só a metade; Deus a carregou no restante do caminho.

Wesleyano: Ela foi capacitada à atravessar a rua desde que era um pintinho.

Spurgeonista: Sabemos que a galinha atravessou, e isso basta para nos encorajar a atravessar nossas "ruas" também. Assim como o policial protege a galinha, Cristo nos protegerá durante o caminho.

Evangelista: Ela atravessou porque, se não atravessasse, a ira de Deus iria torrar as suas penas.

Apologeta evidencialista: Existem três razões pelas quais eu creio ser bastante razoável a ideia de que a galinha atravessou a rua...

Pastor ativista político: Por que ela teve um sonho!

Católico romano: Não existe rua fora da igreja romana.

Batista reformado: Para glorificar a Deus!

Apresentador de debates: Vamos trazer dois gigantes da teologia aqui para discutir o assunto...

Calvinista inconsistente: Deus a atravessou, mas a responsabilidade foi dela. Esse é um mistério que nós abraçamos apenas pela fé.

Determinista: A travessia da galinha foi pré-determinada por Deus e é causada e exaustivamente controlada por Ele.

Exegeta: Se olharmos no grego original, descobriremos que, na verdade, era um chester.

Dispensacionalista: Ela estava fugindo da Grande Tribulação.

Amilenista: Você tem que interpretar isso de maneira simbólica... a galinha, a rua... isso tudo se cumpre num sentido espiritual.

Pós-milenista: A galinha atravessando a rua é uma figura do avanço do Evangelho no mundo.

Cessacionista: A galinha só atravessava ruas no período apostólico. Hoje isso não acontece mais.

Pentecostal: A galinha foi batizada com fogo. Oh, grória! Raaleluiaaaa!

Adventista: Atravessou porque não era sábado.

Teólogo da Prosperidade: A galinha só conseguiu atravessar a rua porque é dizimista fiel.

Teísta aberto: Ela atravessou porque Deus não a viu atravessar.

Universalista: A galinha atravessou porque todas as galinhas, no fim, estarão do outro lado da rua.

Relativista: A resposta vai depender do seu ponto de vista. Afinal, o que é galinha? E o que é rua?

Ateu clássico: Não creio na existência da galinha, pois não há provas que ela realmente exista.

Militante ateu radical: A galinha é um delírio.

Agnóstico: Não podemos ter certeza a respeito dos motivos que levaram a galinha a atravessar a rua.

Teólogo liberal: Esse mito da galinha não é literal, é apenas fruto da experiência religiosa do povo galináceo.

Teólogo da libertação: A galinha estava buscando a libertação das injustiças sociais.

Teólogo sem noção: A galinha atravessou a rua porque ela ainda está no Newtonianismo. Eu já estou na Imponderabilidade Quântica.

Cantor gospel: Paulo falou sobre isso em um dos Salmos.


Vi no site Internautas Cristãos.


Soli Deo Gloria
Alessandro Cristian