Temos presenciado um fenômeno interessante no meio da cristandade. Diariamente pessoas se decidem por seguir a Cristo e se agregam às igrejas.
Mas, por outro lado, diariamente um outro tanto abandona suas respectivas denominações e, por vezes, acaba por negar a fé que anteriormente professava.
Se por um lado a igreja cresce, do outro há uma debandada de pessoas que abandonam o cristianismo institucionalizado, dando origem na igreja evangélica aos “crentes nominais”.
Dentre aqueles que deixam de frequentar a igreja, ouvimos as mais variadas alegações, dentre as quais se encontram, grosso modo:
- Aqueles que se julgam num nível superior aos demais irmãos. Pobres daqueles que assim pensam. Ao se considerarem superiores, na verdade mostram o quão distante do cristianismo bíblico se encontram. Tal atitude denota absoluta falta de humildade, falta de amor, e a falta que faz um novo nascimento.
- Aqueles que se julgam num nível inferior aos demais irmãos. Extremo oposto da classe anteriormente citada. Desconhecem que o perdão concedido por Deus através do sacrifício de Jesus Cristo nivela a humanidade. Como está escrito, “Nisto não há judeu nem grego; não há servo nem livre; não há macho nem fêmea; porque todos vós sois um em Cristo Jesus.” (Gálatas 3:28).
- Aqueles que se desiludem com a liderança. Esses mormente se apegam demasiadamente aos seus líderes, se esquecendo que homens são falhos e, ao perceber deslizes destes, se frustram e abandonam sua cruz.
A Palavra de Deus apresenta a Igreja metaforicamente como um corpo. Isso aponta para a necessidade de estarmos em perfeita sintonia com os irmãos, em comunhão plena. Destarte, nos apresenta dezenas daqueles que conhecemos por “mandamentos mútuos”. Alguém já contou e disse que são ao todo cinquenta e cinco. Não sei o número exato, mas uma coisa é certa: com tais mandamentos, Deus deixa claro que precisamos uns dos outros. Não somos auto-suficientes. Eu preciso de você, e você precisa de mim. E nós precisamos de Deus.
Exemplos:
“Sujeitando-vos uns aos outros no temor de Deus.” (Efésios 5:21)
“Por isso exortai-vos uns aos outros, e edificai-vos uns aos outros, como também o fazeis.” (1 Tessalonicenses 5:11)
“Portanto, consolai-vos uns aos outros com estas palavras.” (1 Tessalonicenses 4:18)
“Levai as cargas uns dos outros, e assim cumprireis a lei de Cristo.” (Gálatas 6:2)
“Isto vos mando: Que vos ameis uns aos outros.” (João 15:17)
“Antes sede uns para com os outros benignos, misericordiosos, perdoando-vos uns aos outros, como também Deus vos perdoou em Cristo.” (Efésios 4:32)
“Sendo hospitaleiros uns para com os outros, sem murmurações.” (1 Pedro 4:9)
“Confessai as vossas culpas uns aos outros, e orai uns pelos outros, para que sareis. A oração feita por um justo pode muito em seus efeitos.” (Tiago 5:16)
“Amai-vos cordialmente uns aos outros com amor fraternal, preferindo-vos em honra uns aos outros.” (Romanos 12:10)
“Um novo mandamento vos dou: Que vos ameis uns aos outros; como eu vos amei a vós, que também vós uns aos outros vos ameis.” (João 13:34)
“Todos os irmãos vos saúdam. Saudai-vos uns aos outros com ósculo santo.” (1 Coríntios 16:20)
“Amados, se Deus assim nos amou, também nós devemos amar uns aos outros.” (1 João 4:11)
“E consideremo-nos uns aos outros, para nos estimularmos ao amor e às boas obras.” (Hebreus 10:24)
“Portanto recebei-vos uns aos outros, como também Cristo nos recebeu para glória de Deus.” (Romanos 15:7)
“Com toda a humildade e mansidão, com longanimidade, suportando-vos uns aos outros em amor” (Efésios 4:2)
“Ora, se eu, Senhor e Mestre, vos lavei os pés, vós deveis também lavar os pés uns aos outros.” (João 13:14)
“Suportando-vos uns aos outros, e perdoando-vos uns aos outros, se alguém tiver queixa contra outro; assim como Cristo vos perdoou, assim fazei vós também.” (Colossenses 3:13)
“Mas, sobretudo, tende ardente amor uns para com os outros; porque o amor cobrirá a multidão de pecados.” (1 Pedro 4:8)
“Porque vós, irmãos, fostes chamados à liberdade. Não useis então da liberdade para dar ocasião à carne, mas servi-vos uns aos outros pelo amor.” (Gálatas 5:13)
“Purificando as vossas almas pelo Espírito na obediência à verdade, para o amor fraternal, não fingido; amai-vos ardentemente uns aos outros com um coração puro.” (1 Pedro 1:22)
Para o filósofo e escritor francês Jean-Paul Sartre, “o inferno são os outros”. Mas para os cristãos, definitivamente, “o inferno é a ausência do outro” (figuradamente, é óbvio).
Que Deus nos abençoe e nos ajude.
Soli Deo Gloria.
Alessandro Cristian