O título do blog tem amplo significado. Tanto o autor como o presente espaço estão em constante construção.
(Afinal, somos seres inconclusos...). O blog vem sendo construído periodicamente - como todo blog - através da postagem de textos, comentários e divagações diversas (com seu perdão pela aliteração).

sábado, 24 de janeiro de 2009

Breve artigo - Psicologia da Aprendizagem

“– Você  fica se perguntando o que vai ser quando crescer?

– Se liga, mano! Não raciocino sobre hipóteses.” 

Analisando a charge apresentada na aula da disciplina Psicologia da Aprendizagem à luz da teoria piagetiana, e levando em conta a provável faixa etária dos personagens, observamos que o questionamento denota que seu autor, o primeiro personagem, já atingiu o ápice de seu desenvolvimento cognitivo, ou seja, se encontra na etapa operatório-formal. Para Piaget, "a construção típica dessa etapa é, assim, o raciocínio hipotético-dedutivo: é ele que permitirá ao adolescente estender seu pensamento até o infinito" (“Você fica se perguntando...?”). Seu pensamento se torna livre das limitações da realidade concreta, evidência da fase anterior; a construção do conhecimento passa a ser possível no nível das hipóteses.

Já o autor da segunda fala, apresenta características do período operatório-concreto, fase em que a criança ainda não consegue pensar abstratamente, mas apenas se baseando em proposições. Nessa etapa, a criança só consegue pensar corretamente se os exemplos por ela utilizados para apoiar seu pensamento existem de fato e podem ser observados. Daí o nome “concreto”, que para Piaget, quer dizer “real”, “vivido”.

Enquanto a criança operatório-formal pode pensar de modo lógico e correto mesmo com um conteúdo de pensamento incompatível com o real, a criança operatório-concreta, não: é prisioneira da realidade concreta.

É interessante também ressaltar que, de acordo com Piaget, todo organismo vivo busca equilíbrio e adaptação com seu meio, buscando superar as dificuldades surgidas através do chamado processo de equilibração majorante.

Visando atingir esse estado de equilíbrio, dois mecanismos são acionados: a assimilação, que consiste em ligar dados atuais a anteriores, modificando o objeto em função da ação e do ponto de vista; e a acomodação, que é modificação de um esquema pelo elemento assimilado.

Dada a situação social dos personagens da charge, e levando-se em conta o fato de que Piaget é um teórico Interacionista, isto é, para ele o indivíduo é fruto de suas interações com o meio, percebemos o perfeito delineamento das etapas do desenvolvimento cognitivo em que ambos se encontram: enquanto o primeiro, ao que tudo indica, mais velho, graças à sua vivência e experiência adquirida consegue cogitar a possibilidade de um futuro diferente, o segundo, menos experiente, se restringe a viver o real, não conseguindo ainda vislumbrar o amanhã (“não raciocino sobre hipóteses”).  

"Soli Deo Gloria"

Alessandro Cristian

Charge de Angeli: Ministério da Educação. SECAD-Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade. Coleção Cadernos de EJA. Brasília/DF. 2007. (página 45)

Citações de Jean Piaget: fragmentos absorvidos durante as aulas da disciplina Psicologia da Aprendizagem, no 3º Semestre do Curso de Pedagogia - Unimódulo, Caraguatatuba/SP.


Confie em Deus

É da natureza do homem querer restringir o Poder de Deus. Como se o Todo-Poderoso, Criador dos Céus e da Terra fosse limitado. Mas não é isso que nos ensina a Palavra; pelo contrário: "... para Deus nada é impossível" (Lucas 1.37).

Por vezes nos esquecemos de que Deus é "poderoso para fazer tudo muito mais abundantemente além daquilo que pedimos ou pensamos" (Efésios 3.20). E isso acontece com todos, indistintamente. Em determinados momentos, todos vacilamos; todos duvidamos. Vemos nas Escrituras o relato de vários “vacilos” dos homens de Deus. Alguns exemplos:

Moisés quando acuado pelo povo sedento bateu com o cajado na rocha, e perguntou: "...Ouvi, agora, rebeldes: porventura, tiraremos água dessa rocha para vós?" (Números 20.10). O texto bíblico nos relata que então Moisés feriu a rocha duas vezes, e saíram muitas águas. Detalhe: Deus lhe havia dito: "... falai à rocha perante os seus olhos, e dará a sua água"(Números, 20.8). A forma com Moisés agiu na referida ocasião, demonstrou que não tinha plena confiança em Deus, desobedecendo-o. Sabemos que isso custou a ele a proibição de entrar na Terra Prometida.

Elias, um profeta que tinha fé a ponto de fazer descer fogo do céu (I Reis 18.36-38), quando perseguido pelo rei Acabe e por Jezabel, desejou a morte, dizendo a Deus: "... Já basta, ó SENHOR; toma agora a minha vida, pois não sou melhor do que meus pais" (I Reis 19.4).

Zacarias, pedia a Deus um filho, juntamente com sua esposa Isabel, a qual era estéril. A Bíblia nos relata que ambos "eram justos perante Deus, vivendo irrepreensivelmente em todos os mandamentos e preceitos do Senhor" (Lucas 1.6). Certa ocasião, quando oferecia incenso no Templo, aparece-lhe um anjo:

"11 Então um anjo do Senhor lhe apareceu, posto em pé, à direita do altar do incenso. 12 E Zacarias, vendo-o, turbou-se, e caiu temor sobre ele. 13 Mas o anjo lhe disse: Zacarias, não temas, porque a tua oração foi ouvida, e Isabel, tua mulher, dará à luz um filho, e lhe porás o nome de João. 14 E terás prazer e alegria, e muitos se alegrarão no seu nascimento, 15 porque será grande diante do Senhor, e não beberá vinho, nem bebida forte, e será cheio do Espírito Santo, já desde o ventre de sua mãe. 16 E converterá muitos dos filhos de Israel ao Senhor seu Deus. 17 E irá adiante dele no espírito e virtude de Elias, para converter o coração dos pais aos filhos e os rebeldes, à prudência dos justos, com o fim de preparar ao Senhor um povo bem disposto" (Lucas 1.11-17).

Ao receber o anúncio, duvidou (vide Lucas 1.18-20). Como conseqüência, ficou mudo temporariamente, até o nascimento de seu filho João Batista.

E o que diremos dos vacilos do Apóstolo Pedro? Duvidando de que Jesus fosse poderoso para livrar-se a Si mesmo e aos Seus, puxou a espada e feriu Malco, servo do sumo sacerdote, cortando-lhe a orelha direita (João 18.10).  Deixou a dúvida entrar em seu coração e começou a afundar (Mateus 14.30). Repreendeu o Mestre (Mateus 16.22). Demonstrou certa relutância em evangelizar os gentios (Atos 10). Tinha momentos de hipocrisia (Gálatas 2.11,12). E o pior: negou a Cristo por três vezes (Mateus 26.69-75).

Tiago nos ensina que aquele que pede em dúvida "... é semelhante à onda do mar, que é levada pelo vento e lançada de uma para outra parte. Não pense tal homem que receberá do Senhor alguma coisa" (Tiago 1.6,7).

Precisamos ter mais fé em Deus. Confiar continuamente no Salvador. Afinal, Ele tudo pode. Que os "vacilos" e a dúvida não venham a atrapalhar nossa caminhada. Nada temas: crê somente. O Senhor é contigo.

Que o Pai das Luzes nos abençoe e nos ajude.

"Soli Deo Gloria"

Alessandro Cristian

Citações extraídas da Bíblia de Estudo Pentecostal, versão Almeida Revista e Corrigida. CPAD, 1995.


domingo, 18 de janeiro de 2009

Erro ortográfico na Globo

No Jornal Hoje do dia 17 de janeiro de 2009, sábado, a Rede Globo pôs no ar um erro ortográfico primário. Numa reportagem sobre a superproteção dos pais, a qual pode deixar a criança demasiadamente dependente da família, em certo momento apareceram na tela os seguintes dizeres:

"Filhos Superprotejidos" (sic). Sim, com "j". E todos sabemos que protegido (adjetivo e substantivo masculino) é com "g".

Veja a imagem acima. 

Nota 9 para a reportagem. Seria 10, se não fosse o erro em questão.

"Soli Deo Gloria"

Alessandro Cristian

A arca de Noé

Não é o propósito do presente blog ficar discutindo o “sexo dos anjos”, mas sim dar uma humilde contribuição para a elucidação de algumas assertivas erroneamente empregadas por pregadores, ensinadores e cooperadores em geral nas igrejas.
Uma dessas assertivas diz respeito ao dilúvio. Alguns há que fazem a seguinte afirmação: 
- Quando Noé apregoou, concomitantemente à construção da arca, que viria um dilúvio sobre a face da terra, ninguém creu pelo fato de que ainda não havia chovido; isto é, não conheciam nem chuva, quanto mais dilúvio.
Chegam a tal conclusão com base em Gn 2.5,6:
“Toda planta do campo ainda não estava na terra, e toda erva do campo ainda não brotava; porque ainda o SENHOR Deus não tinha feito chover sobre a terra, e não havia homem para lavrar a terra. Um vapor, porém, subia da terra e regava toda a face da terra.”
Contudo, o texto bíblico em questão diz respeito ao tempo em que o jardim do Éden foi formado, antes mesmo da criação do homem (Gn 2.7).
Observe novamente o texto: Deus ainda não tinha feito chover sobre a terra, mas também não havia homem para lavrar.
Com a criação do homem e, sobretudo após a queda, a humanidade passou a lavrar a terra: “No suor do teu rosto comerás o teu pão...” (Gn 3.19).
De Adão até os dias de Noé, de acordo com a genealogia do capítulo 5 do Livro de Gênesis se passaram pelo menos 1656 anos. Isso se não levarmos em conta o possível lapso temporal entre Gn 2.6 e Gn 2.7.
Dessa maneira, é óbvio que nos tempos de Noé o nosso planeta estava plenamente formado; o homem lavrava a terra que, para produzir, necessita ser regada; havia lagos, rios e mares; havia sol. Somados esses fatores, podemos concluir, sem medo, que havia o ciclo da água, que consiste no seguinte esquema, exposto de maneira bem simplificada:
- A água existente no planeta está nos mares, rios e lagos, em estado líqüido;
- Essa água é aquecida pelo sol e sobe para a atmosfera em estado gasoso, formando as nuvens;
- As nuvens, por sua vez, quando ficam muito pesadas, caem sobre a Terra em forma de chuva.
- A água da chuva retorna aos mares, rios e lagos, e vai ser aquecida pelo sol, iniciando novamente o ciclo da água.
Concluindo, nos dia de Noé havia sim, chuva. O povo não creu no juízo proveniente da parte de Deus por um único motivo: sua dureza de coração.
Acerca disso nos alerta o Senhor Jesus, no Evangelho segundo escreveu Mateus, no capítulo 24.37-44:
37 E, como foi nos dias de Noé, assim será também a vinda do Filho do homem.
38 Porquanto, assim como, nos dias anteriores ao dilúvio, comiam, bebiam, casavam e davam-se em casamento, até ao dia em que Noé entrou na arca,
39 e não o perceberam, até que veio o dilúvio, e os levou a todos; assim será também a vinda do Filho do homem.
40 Então, estando dois no campo, será levado um, e deixado o outro.
41 Estando duas moendo no moinho, será levada uma, e deixada a outra.
42 Vigiai, pois, porque não sabeis a que hora há de vir o vosso Senhor.
43 Mas considerai isto: se o pai de família soubesse a que vigília da noite havia de vir o ladrão, vigiaria e não deixaria que fosse arrombada a sua casa.
44 Por isso, estai vós apercebidos também, porque o Filho do Homem há de vir à hora em que não penseis.”
Que o SENHOR no abençoe e nos ajude, para que estejamos em constante vigilância aguardando a Sua Vinda.

"Soli Deo Gloria"

Alessandro Cristian

Citações extraídas da Bíblia de Estudo Pentecostal, versão Almeida Revista e Corrigida. CPAD, 1995.

domingo, 11 de janeiro de 2009

Trecho do Trabalho de Conclusão de Curso


"É fato que há vários gêneros no mundo da Literatura, e que esses gêneros subdividem-se em diversos outros. Contudo, na correria da vida, por vezes não nos apercebemos dessa variedade de estilos literários que nos cercam. Não enxergamos a poesia que permeia nosso dia-a-dia, não nos permitimos sonhar como se vivêssemos num conto, não comparamos os fatos como numa parábola antes de tomarmos decisões. Às vezes, em meio a devaneios e delírios, nos imaginamos em meio a uma fábula; contudo, dela não extraímos a imanente lição de moral.

Não obstante, por considerarmos a felicidade uma lenda, é comum, por distração, pouco ou nenhum cuidado termos ao escrever a crônica da vida."

"Soli Deo Cloria"

Alessandro Cristian 

 

sábado, 10 de janeiro de 2009

Daquele dia e hora ninguém sabe...

"Porém, daquele Dia e hora ninguém sabe, nem os anjos dos céus, nem o Filho, mas unicamente meu Pai." Mt 24.36

Já ouvi várias pregações e ensinos onde o preletor afirma, com base em Mt 24.36, que Jesus não sabe o dia de Sua volta. Mas fazer tal assertiva corresponde a dizer que Ele não é onisciente, o que se constitui num engano, já que Jesus é Deus.

Ou seja, quando fez essa afirmação, Ele a fez enquanto homem, diz respeito apenas ao tempo em que esteve na terra, em atitude de submissão ao Pai (embora saibamos que nunca deixou de ser Deus).

No capítulo 17, versículo 5 do Evangelho segundo escreveu João, Jesus afirma em sua oração pelos discípulos: "E, agora, glorifica-me tu, ó Pai, junto de ti mesmo, com aquela glória que tinha contigo antes que o mundo existisse". Isso quer dizer que, após Sua ressurreição, Jesus "reassumiu" sua posição à destra de Deus e, por conseguinte, sua glória em todos os termos.

Jesus é Deus* e, como tal, possui Seus atributos exclusivos - onisciência, onipresença e onipotência. Ou seja, Jesus sabe, sim, o dia de Sua volta.  

"Soli Deo Gloria"

Alessandro Cristian

*Jo 1.1, 10.30, 14.9, 20.28; At 20.28; Fp 2.6; CL 2.9; I Jo 5.7, e tantos outro textos bíblicos.

Citações extraídas da Bíblia de Estudo Pentecostal, versão Almeida Revista e Corrigida. CPAD, 1995.