O título do blog tem amplo significado. Tanto o autor como o presente espaço estão em constante construção.
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sábado, 6 de setembro de 2014

"O Evangelho todo para o homem todo" - Brevíssima reflexão sobre o Pacto de Lausanne

Quanto ao lema do Pacto de Lausanne, qual seja, “O Evangelho todo para o homem todo”, entendo como pertinentes as seguintes considerações:
Em primeiro lugar, o Evangelho todo não implica necessariamente apenas o conteúdo, mas sim todas as implicações a ele imanentes. Dessa maneira, a expressão deve ser compreendida como todo como “O Evangelho e todas as benesses que o acompanham”, muito embora o fato de ser alcançado pelo Evangelho já seja a maior das benesses. Segundo, mais que palavras, mais que um livro, mais que mero anúncio de uma notícia, o Evangelho é a Pessoa Bendita de Jesus Cristo, que vive e reina eternamente. E, por ser Eterno, o Evangelho é indivisível. Não é coerente querer dividir Deus, ou apresentá-lo em partes dissociadas umas das outras, tampouco limitar seu trabalhar ou privar o ouvinte de ouvir verdades essenciais acerca da Palavra.
Mas, divagações filosóficas à parte, quando falamos em “o Evangelho todo para o homem todo”, entendemos que não haveria lema mais pertinente, uma vez que resume com maestria o âmago das missões, indicando um prisma pelo qual o olhar da Igreja deve ser dirigido à grande parcela da humanidade ainda não alcançada pela Palavra. Consideremos ainda que as boas-novas devem ser anunciadas como expressão viva do amor de Deus, de maneira que o interlocutor se perceba como um filho amado de um Pai que se preocupa com Ele, encontre seu lugar no lar e reencontre sua dignidade, sua família, sua honra, seu trabalho.
Por fim, quando a referência é “para o homem todo” se faz patente que, conquanto Jesus Cristo tenha se entregado em sacrifício e vertido seu sangue puro na cruz do Calvário, em primeira instância, para a remissão de nossos pecados e para nos reconciliar com Deus, devemos ter claro o fato de que a vida futura, ou o Céu, ou a Eternidade com Cristo, hão de se consumar no porvir; no entanto, o ouvinte do Evangelho tem ainda uma trajetória terrena da qual nós, enquanto Igreja, não podemos olvidar. Assim, o Verbo salva não só o Espírito, mas o homem em sua completude. Devemos ter consciência de que, enquanto cristãos, devemos ter responsabilidade social, estendendo as mãos para os necessitados, contribuindo para o refrigério dos aflitos, amparando aqueles que, apesar de alcançados pelo Evangelho, ainda carecem de auxílios dos mais diversos, nas mais diversas áreas. Afinal, o Evangelho não é mágica, tampouco panaceia, do tipo “venha para Cristo e todos seus problemas se resolverão”. Os povos precisam do Evangelho acima de tudo, mas também precisam de saúde, educação, moradia, infraestrutura. Devemos ofertar a Palavra aos homens, mas também nossas ações. O Evangelho todo, para o homem todo: o lema sintetiza a missão integral. 
Soli Deo Gloria
Alessandro Cristian 

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