Hoje em dia, as câmeras de segurança estão presentes na grande maioria dos estabelecimentos comerciais. De pequenos pontos de comércio até as grandes redes de loja e hipermercados, lá estão os dispositivos, aparentes ou não, quase sempre acompanhados por avisos do tipo “estabelecimento comercial monitorado por câmeras de segurança”, ou com palavras mais informais, como por exemplo, “Sorria! Você está sendo filmado!”.
Indubitavelmente, a presença de tais dispositivos vem a inibir determinados atos ilícitos no interior dos recintos, mitigando assim o prejuízo dos empresários com pequenos (e também médios e grandes) furtos.
No entanto, por outro lado, muitos cidadãos de bem também se sentem desconfortáveis em saber que estão sendo observados, tendo seus passos monitorados por um desconhecido.
Mas tenha o homem ou não más intenções, ao sair da mira das câmeras, ao se livrar do olhar do desconhecido, ao cessar o monitoramento, todos se sentem à vontade para fazer aquilo que certamente não fariam se estivessem sendo filmados. Inclusive os cristãos.
Mas reflitamos nas palavras contidas no Salmo 139, 7-12: “Para onde me irei do teu espírito, ou para onde fugirei da tua face? Se subir ao céu, lá tu estás; se fizer no inferno a minha cama, eis que tu ali estás também. Se tomar as asas da alva, se habitar nas extremidades do mar, Até ali a tua mão me guiará e a tua destra me susterá. Se disser: Decerto que as trevas me encobrirão; então a noite será luz à roda de mim. Nem ainda as trevas me encobrem de ti; mas a noite resplandece como o dia; as trevas e a luz são para ti a mesma coisa.”
Por vezes nos esquecemos que estamos sob o constante monitoramento do Todo-Poderoso. Afinal, “não há criatura alguma encoberta diante dele; antes todas as coisas estão nuas e patentes aos olhos daquele com quem temos de tratar” (Hebreus 4.13). Grande parte de nosso tempo vivemos como se de fato os olhos d’Ele não estivessem sobre nós. Seja através de palavras, atitudes ou pensamentos, fazemos de conta que não tem ninguém nos vendo. Ou melhor, tentamos nos enganar, mas no fundo sabemos que um dia havemos de comparecer diante do Tribunal de Cristo (Romanos 14.10, II Coríntios 5.10). Justamente por isso o sentimento de pesar toma conta de nossas vidas após tais eventos. A tristeza diante das imperfeições é também um sinal que o Espírito Santo em nós habita (João 16.8). Bendita tristeza segundo Deus que em nós opera arrependimento para a salvação, da qual ninguém se arrepende; diferente da tristeza do mundo, que opera a morte (II Coríntios 7.10).
Se por um lado, a certeza de que os olhos do Senhor estão sobre nós nos dá a segurança e o consolo de sabermos que Seu terno cuidado está constantemente a nosso favor (e graças a Deus por isso!), nos leva também a ter consciência de que se faz necessário redobrar a vigilância quanto àquilo que fazemos, dizemos ou pensamos. Sim, pois até mesmo os nossos pensamentos mais secretos são conhecidos do Onisciente (Salmo 139.2; Mateus 9.4; João 2.25, etc.). Aliás, nada é oculto aos Seus olhos.
Na caserna costuma-se dizer que “o preço da liberdade é eterna vigilância”. Convém aplicar essa premissa também à vida espiritual, pois Aquele que nos libertou está nos observando ininterruptamente. Portanto, vigie! Afinal, você está sendo vigiado. E não é por uma camerazinha qualquer, mas sim pelos olhos do Criador. Olhos que são como chamas de fogo (Apocalipse 1.14)!
Que Deus abençoe sua vida.
Soli Deo Gloria
Alessandro Cristian