O título do blog tem amplo significado. Tanto o autor como o presente espaço estão em constante construção.
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sábado, 6 de maio de 2017

Facebook ou Fakebook?

Na qualidade de possuidor de perfil no Facebook há quase 10 anos, e considerando o que tenho presenciado na aludida rede social durante esse período, passo a elencar algumas razões pelas quais entendo que tal nome merece ser alterado para Fakebook. Vejamos os fatos:
1. As pessoas agem como se suas vidas fossem um eterno feriado, uma felicidade contínua. Assim, pinçam alguns momentos aproveitáveis de suas (na realidade) enfadonhas vidas e as transformam em postagens, com o objetivo de aparentarem isenção às dificuldades, dores e aflições da vida.
2. As pessoas editam suas fotos para utilizá-las no perfil, de maneira que aparentem ter pelo menos vinte anos a menos do que realmente possuem.
3. As pessoas postam indiretas diariamente, já que não contam com a hombridade e a coragem necessárias para proferir o que pensam diretamente a seus desafetos.
4. As pessoas adicionam a seu rol de amizades centenas de usuários que sequer conhecem, ou com as quais tiveram o mínimo contato, somente para parecerem populares ou “importantes”.
5. As pessoas te enviam convite para amizade virtual, no entanto, quando te encontram pessoalmente, fingem que não te conhecem.
6. As pessoas atam relacionamentos à distância, via de regra ilusórios, não atentando para o fato de que “relacionamento virtual” é contradição de termos, uma vez que relacionamento denota contato ou proximidade física entre as partes.
7. As pessoas, conquanto em sua maioria não sejam especialistas ou, em parte dos casos, possuam conhecimento raso nos assuntos a que se propõe postar e debater, agem como se fossem verdadeiros Ph.D. nas mais diversas áreas.
8. As pessoas citam frases pinçadas alhures, atribuindo a si mesmos a autoria das ideias, muito embora sequer conheçam as regras mínimas do vernáculo.
9. As pessoas hipocritamente apresentam na rede social o exato oposto daquilo que vivem em seus cotidianos.
10. As pessoas, mormente os mais jovens, periodicamente postam fotos com seu novo amor eterno, acompanhados de juras que não resistem ao primeiro desentendimento. Como disse o poeta popular, “eternidade da semana”.

PS 1: Pensando bem, conforme observa-se acima, apesar de o Facebook merecer o epíteto “Fakebook”, o grande problema reside em parte das pessoas que o utilizam, e não na rede social propriamente dita. Aliás, como rede social, é um grande instrumento de comunicação e informação. Basta ser utilizado de maneira coerente.

PS 2: Para cada um dos casos elencados há exceções, óbvio.


PS 3: Inacreditável que milhares de “adultos” acreditem e percam tempo com aplicativos do tipo “Qual a primeira letra do nome do seu futuro par?”, “Com qual celebridade você se parece”, e asneiras congêneres. Para adolescentes que estão descobrindo o mundo tais testes podem até ser aceitáveis, mas para trintões, trintonas, quarentões, quarentonas, e até cinquentões e cinquentonas isso é, no mínimo, horrível.

Soli Deo Gloria
Alessandro Cristian

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