O título do blog tem amplo significado. Tanto o autor como o presente espaço estão em constante construção.
(Afinal, somos seres inconclusos...). O blog vem sendo construído periodicamente - como todo blog - através da postagem de textos, comentários e divagações diversas (com seu perdão pela aliteração).

sexta-feira, 2 de julho de 2010

A insaciabilidade da alma humana

A alma do homem é insaciável. Está sempre em busca de satisfação, mas nunca se satisfaz.  Compara-se a um buraco sem fundo. Segundo o livro de Provérbios, "Há três coisas que nunca se fartam, sim, quatro que não dizem: Basta! Elas são a sepultura, a madre estéril, a terra, que se não farta de água, e o fogo, que nunca diz: Basta!" (Pv 30.15,16). Nessa mesma categoria podemos facilmente enquadrar a alma humana. Nunca diz: basta! Certamente por isso, o homem é consumista por natureza. Exemplos:
1) Uma pessoa fica sabendo que seu artista preferido está prestes a lançar seu mais novo CD. De imediato, é acometida por uma imensa ansiedade, que só termina quando enfim o lançamento chega às prateleiras das lojas. Aí então ela adquire aquele CD e ouve, ouve, ouve... Aí enjoa e começa já a aguardar a gravação de um novo trabalho por parte do artista, iniciando-se novamente o ciclo.
2) Um cinéfilo descobre que determinada película está prestes a ser lançada. Então se enche de expectativa e não sossega enquanto não assiste àquele filme. Assiste pela 1ª, 2ª, 3ª vez... E depois, satisfeito por ter decorado o enredo, sua expectativa se volta a um novo lançamento.
3) Por vezes somos acometidos por uma vontade imensa de saborear uma barra de chocolates, por exemplo. Passamos no mercado, compramos o "objeto de desejo", nos satisfazemos momentaneamente para, pouco tempo depois, sermos novamente acometidos por aquela vontade.
Mas não acontece isso só quanto aos bens de consumo: nosso apetite sexual, de igual maneira, nunca cessa (ainda bem!). Nossa carência por afeto, carinho, elogios, reconhecimento, idem.
Partindo para o âmbito espiritual, segundo apregoam os cristãos, a busca do homem se encerra no momento em que o mesmo tem seu encontro com o Criador. Como afirmou Dostoiévski, "o homem possui dentro de si um vazio do tamanho de Deus". Ou seja, quando do encontro com o Senhor, a busca desesperada da alma se finda. Ou ao menos deveria terminar. Mas não é isso que observamos no meio. Pelo contrário, vemos muitos que, conquanto façam questão de carregar a alcunha de "cristão", dão continuidade à busca por novas experiências mesmo após seu suposto encontro com Jesus. A partir daí se vê tanta pataquada dentre os chamados "evangélicos" (sobretudo os neopentecostais): só o encontro salvador com Jesus não basta: é preciso buscar a unção do riso, é preciso buscar a unção dos quatro seres, é preciso "estar cheio do poder", ver "bolas de fogo" e "cair no espírito". Ignoram que, segundo a Palavra, recebemos poder do alto para sermos testemunhas do Cristo ressurreto, e não para cair, uivar, gargalhar, etc. Ignoram ainda que o cristão tem a Unção do Santo, a unção que nos basta. 
Existo, logo sou um consumista. Sou homem, estou vivo, saudável, casado. Logo, meu nível de testosterona está num nível satisfatório e a cada dia me sinto mais atraído pelo sexo oposto (pela minha esposa, no caso...). Que essa atração realmente se expanda num crescente contínuo.
Mas ao menos espiritualmente falando, minha busca cessou no momento em que Ele transformou minha vida. Não preciso buscar invencionices. Não preciso de novas experiências espirituais. Sua Presença, Seu Espírito, Sua Palavra, e a paz que Ele me dá, me bastam. Aleluia! Que contigo seja assim também. É o desejo sincero de meu coração. 
Soli Deo Gloria
Alessandro Cristian

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