O título do blog tem amplo significado. Tanto o autor como o presente espaço estão em constante construção.
(Afinal, somos seres inconclusos...). O blog vem sendo construído periodicamente - como todo blog - através da postagem de textos, comentários e divagações diversas (com seu perdão pela aliteração).

domingo, 26 de setembro de 2010

Por quê todo cristão deve ser um apologista?

Uma das respostas à pergunta em epígrafe é: simplesmente porque não há cristianismo à parte da apologética. Basta uma pequena olhada na história da Igreja para chegarmos a tal conclusão. E para observarmos que a apologética é tão antiga quanto a própria história  eclesiástica.
Principiando pelos apóstolos, passando pelos pais da Igreja e pelos reformadores, até desembocar em nossos dias, percebemos que a defesa da fé cristã tem permeado os séculos.
Na leitura da Epístola aos Gálatas observamos o apóstolo Paulo combatendo veementemente os judaizantes, os quais vinham tumultuando as igrejas da Galácia e de Antioquia com os ensinamentos de que era necessário que os gentios se tornassem judeus para obterem a salvação. Nas demais epístolas paulinas também é patente a preocupação do apóstolo com a pureza dos ensinamentos cristãos e com a conservação e disseminação da sã doutrina. 
Mas na Bíblia, a defesa da fé não está presente só nos escritos de Paulo. Parte das epístolas do Novo Testamento foi escrita com o intuito de combater o gnosticismo, heresia surgida no período apostólico cujos adeptos afirmavam serem detentores de conhecimentos secretos que os colocavam à frente dos cristãos comuns. Possuíam uma cosmovisão dualista, na qual conviviam lado a lado o mundo espiritual e o mundo material, com a conotação de “o bem” e “o mal”. É possível constatar conteúdo antignosticismo nas seguintes porções do NT: nas epístolas joaninas, nas Cartas de Paulo aos Colossenses, em trechos da Carta de Paulo aos Efésios, na epístola de Judas e no evangelho de João.
Partindo para os pais da Igreja, peguemos como exemplo apenas Agostinho, quase que unanimemente tido como o maior teólogo cristão desde o apóstolo Paulo. Em seus escritos o bispo de Hipona combateu o dualismo metafísico do maniqueísmo, o cismático donatismo, os desvios do pelagianismo, além de deixar-nos um incontestável legado que, podemos afirmar, é o esboço da teologia protestante como hoje a conhecemos.
Já no período da Reforma, o que dizer das 95 teses de Lutero, nas quais o então monge agostiniano refuta os principais erros do catolicismo romano e apresenta sua defesa da justificação pela fé?
Mas, é claro: não podemos nos esquecer de Jesus, nosso exemplo-mor, o apologista por excelência. O Mestre foi (e é) incisivo. Nunca colocou “panos quentes” ao criticar os erros da religião de sua época que, por sinal, são os mesmos erros da religião hodierna: farisaísmo, exploração da fé alheia, hipocrisia. No Evangelho segundo escreveu Mateus, a expressão “ai de vós, escribas e fariseus hipócritas” é repetida nada menos que sete vezes. Jesus ali utiliza outros termos não menos contundentes, tais como “condutores cegos”, “insensatos e cegos”, “fariseu cego”, “sepulcros caiados”, “serpentes” e “raça de víboras”.
Além disso, nos orientou a ter cautela quanto aos falsos líderes religiosos (Mateus 7.15, 24.11).
Se ser cristão é ser seguidor de Cristo, devemos imitá-lo em tudo. Sem sombra de  dúvida, Ele quer isso. Quer que sejamos nobres como os bereianos (Atos 17.11). Críticos, racionais, e não "vaquinhas de presépio" dizendo "Amém" para tudo, inclusive para os erros e heresias.
A Palavra de Deus nos exorta a “batalhar pela fé que uma vez foi dada aos santos” (Judas v. 3). O que é esse batalhar pela fé? É estar convicto de nossas crenças e combater por todos os meios possíveis as heresias e as distorções do Evangelho. É saber que aquele que professa o cristianismo está num campo de batalha, onde está travada uma luta ferrenha contra inimigos espirituais que se utilizam de meios materiais visando a propagação de “um outro evangelho”, o qual, por todas as formas, deve ser refutado.
Por essas e outras tiro o chapéu para e procuro espelhar meu ministério em homens de Deus como Hank Hanegraaff, Norman Geisler, Paulo Romeiro, Natanael Rinaldi e tantos outros que dedicam ou dedicaram sua vida ao combate às heresias internas e externas. As internas, aliás, são as mais preocupantes.
Como podemos nos calar ao ver o Jesus verdadeiro e a fé bíblica sendo substituídos por invencionices e doutrinas ilegítimas? Como ficar quieto ao ver a igreja sendo ameaçada por chagas malignas como a Teologia da Prosperidade e seu comércio da fé, o Triunfalismo, e por tantas seitas pseudocristãs? 
Apontar o erro não é pecado. Tampouco o é discordar daquilo que não está de acordo com as Escrituras. É ser coerente, racional. E é também um ato de amor para com o próximo (Tiago 5.19,20; II Timóteo 2.24,25; Judas 22,23). Afinal, muitos estão hoje crendo em outro Jesus, seguindo o evangelho errado, com um pensamento errado acerca da salvação e, por conseguinte, se persistirem no erro vão passar a eternidade no céu errado. Não queremos isso pra ninguém. Nem Jesus, Aquele cujo desejo é que “todos os homens se salvem e venham ao conhecimento da verdade” (I Timóteo 2.4). Por isso, sigamos defendendo o cristianismo bíblico. Batalhando pela fé que uma vez foi dada aos santos. Combatendo o erro e apontando O CAMINHO correto.
Soli Deo Gloria
Alessandro Cristian

sábado, 25 de setembro de 2010

Leitura recomendada: "Em defesa da fé", de Lee Strobel

Após examinar minuciosamente em seu livro Em defesa de Cristo diversos argumentos favoráveis e contrários à pessoa de Jesus, Lee Strobel apresenta agora um trabalho ainda mais instigante sobre um dos fundamentos do cristianismo: a fé. Em mais uma obra imprescindível para os nossos dias, o autor confronta os questionamentos que muitas pessoas ainda têm a respeito de Deus. Strobel trata de objeções como:
  • Se Deus é amor, por que existe tanto sofrimento no mundo?
  • Se Jesus é o caminho para o céu, por que há tantos milhões de pessoas que nunca ouviram falar dele?
  • Se Deus se preocupa com todas as pessoas, por que permite que algumas sejam eternamente torturadas no inferno?
Em defesa da fé foi produzido graças à larga experiência de Strobel no jornalismo investigativo. Ele responde às dúvidas mais comuns e persistentes sobre a fé, baseado no que classifica de "As Oito Grandes" barreiras do coração. Este livro foi escrito para as pessoas que se sentem atraídas por Jesus, mas encontram no caminho uma série de barreiras intelectuais que as impedem de avançar. É também uma obra excelente para cristãos que desejam aprofundar suas convicções e adquirir confiança ao dialogar sobre sua fé com os amigos mais céticos.
Sinopse extraída do site da Editora Vida.
Soli Deo Gloria
Alessandro Cristian

sábado, 18 de setembro de 2010

Sinceridade ou hipocrisia: de que lado você está?

Inicio o presente texto deixando consignada breve explanação acerca do significado da palavra “sincera”, de onde derivam “sincero” e “sinceridade”. Conta-se que os romanos tinham por costume fabricar certos vasos de um tipo especial de cera. Essa cera era, às vezes, tão pura e perfeita que os vasos se tornavam transparentes. Em alguns casos, podia-se distinguir um objeto, qualquer que fosse, que estivesse colocado dentro do vaso. Para o vaso, assim fino e límpido, dizia-se que, de tão lindo, parecia que aquele vaso não tinha cera. Eis aí a origem da palavra (ou uma das versões): "sine cera", que quer dizer "sem cera", uma qualidade de vaso fino, delicado, que deixava ver através de suas paredes. Da antiga cerâmica romana, o vocábulo passou a ter um significado muito mais elevado.
Hoje, dizemos que é sincero aquele que é franco, leal, verdadeiro que não oculta, que não se utiliza de disfarces ou dissimulações. O sincero, à semelhança do vaso, deixa transparecer, através de suas palavras e atitudes, os sublimes sentimentos de seu coração. Ou, citando o Livro dos livros, da abundância do seu coração, fala a boca. 
Partindo para o significado de hipocrisia...
Nas páginas sagradas encontramos Nosso Senhor chamando todos os tipos de pessoas, indiscriminadamente, ao arrependimento e, por conseguinte, a se assentarem à sua mesa: ladrões, publicanos, prostitutas, e assim por diante.
Só vemos uma classe de pessoas que, de certa forma, Ele censurou, repreendendo: os hipócritas, à época representados pelos fariseus. Ou seja: os falsos, os fingidos, aqueles que se preocupam em demonstrar uma santidade exterior, mas cujo coração está longe dos ditames de Deus. Que limpam o exterior do copo e do prato, mas deixam o interior cheio de rapina e de iniquidade (Mt 23.25). Que se assemelham aos sepulcros caiados, que por fora realmente parecem formosos, mas interiormente estão cheios de ossos de mortos e de toda a imundícia (Mt 23.27).
Aconteça o que acontecer, seja sempre sincero. Tenha íntegro seu caráter. Seja a sua palavra sim, sim e não, não. Sempre. Lembre-se que importa agradar a Deus, e não aos homens. 
Deus abençoe sua vida.
Soli Deo Gloria
Alessandro Cristian

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Bíblia de Estudo Universal, com notas de Pedir Mais Cedo

Bomba!!! Caros adeptos da teologia da prosperidade, não percam: em breve será lançada no mercado a "Bíblia de Estudo Universal", com comentários elaborados por Pedir Mais Cedo!!!
Em primeira mão, aqui apresentamos aos leitores alguns versículos selecionados, com suas respectivas notas de rodapé:

Mateus 6.20: “Mas ajuntai tesouros no céu, onde nem a traça nem a ferrugem consomem, e onde os ladrões não minam, nem roubam.”
Comentário: Uma tradução mais fiel, ao invés de “ajuntai tesouros no céu”, seria “ajuntai tesouros no paraíso (fiscal)”.

Mateus 24.12: “E, por se multiplicar a iniqüidade, o amor de muitos se esfriará.”
Comentário: Conforme predito pelo Mestre, nos últimos tempos devido ao aumento da iniqüidade sobre a face da Terra, o amor de muitos se esfriaria. E isso tem sido notório em nossos dias. Uma das formas de se demonstrar amor é ofertar na Casa de Deus com liberalidade. No entanto, temos observado uma queda considerável na arrecadação de ofertas pela igreja. Não deixe o amor se esfriar em seu coração: dê ofertas abundantes. Oferte seu carro. Oferte sua casa. Mostre desapego aos bens materiais. Quanto maior a oferta, maior a demonstração de amor.

Marcos 12.42: “Vindo, porém, uma pobre viúva, depositou duas pequenas moedas, que valiam cinco réis.”
Comentário: Em primeiro lugar, vai ser mão-de-vaca assim lá na Assembleia de Deus! Em segundo lugar, se estava na miséria, é porque estava em pecado. Aprenda com o exemplo negativo e dê ofertas maiores.

João 1.1: “No princípio, era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus.”
Comentário: A tradução correta seria “No princípio era a verba”. Deus, diz a Palavra, é o dono da prata e do ouro (Ageu 2.8). Tal verba, que está com Deus desde o princípio, é hoje distribuída por Ele a todo o que n’Ele crê.

2 Coríntios 9.7: “Cada um contribua segundo propôs no seu coração, não com tristeza ou por necessidade; porque Deus ama ao que dá com alegria.”
Comentário: Ou dá ou desce! Quer dar, dê. Não quer dar, que se dane!

Gálatas 6.7: “Não erreis: Deus não se deixa escarnecer; porque tudo o que o homem semear, isso também ceifará.”
Comentário: A lei da semeadura é clara: tudo o que o homem planta, ele colhe. Dessa maneira, como vai esperar colher garoupa se só planta beija-flor? Ou seja, como vai esperar colher notas de R$ 100,00 se só planta de R$ 1,00?

Efésios 2.8: “Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isso não vem de vós; é dom de Deus”.
Comentário: Vejam bem: embora o versículo afirme que “pela graça sois salvos”, não diz que a salvação é de graça. Aliás, nada é de graça. Não endureça seu coração, como fez o povo de Israel no deserto, nem seja insensível à voz de Deus. Não espere o homem de Deus pedir o envelope com R$ 1000,00 pela segunda vez!

Efésios 6.12: “porque não temos que lutar contra carne e sangue, mas, sim, contra os principados, contra as potestades, contra os príncipes das trevas deste século, contra as hostes espirituais da maldade, nos lugares celestiais”.
Comentário: Outrora nossa luta era, sim, contra os principados e potestades. Porém, essa batalha foi vencida quando descobrimos que tal problema pode ser resolvido simplesmente falando “tá amarrado”. Em nossos dias, posso afirmar que a ordem das palavras no versículo ora em comento foi invertida, uma vez que nosso embate atual é, sim, contra carne e sangue. Ou, parafraseando: contra a Rede Globo, contra a PF, contra o MP.

Colossenses 3.2: “Pensai nas coisas que são de cima e não nas que são da terra”.
Comentário: Quando se fala em “pensar nas coisas que são de cima”, a primeira coisa que nos vem à mente é o trono de Deus, que é o que há de mais elevado. No entanto, entendo ser tal pensamento inatingível, com nossa limitada compreensão acerca da vida futura. Dessa maneira, tragamos o versículo para a nossa realidade: “coisas que são de cima” nos lembra aquilo que está no topo. Quem está no topo atualmente é a Rede Globo. Logo, o propósito de nossa existência é desbancar a Globo e assumir nosso lugar de direito no topo da audiência. Afinal, somos filhos de Deus, e ele quer nos colocar por cabeça, e não por cauda. Amém?

I Timóteo 5.18: “Porque diz a Escritura: Não ligarás a boca ao boi que debulha. E: Digno é o obreiro do seu salário.”
Comentário: Trata-se aqui de um típico caso de erro do copista. Paulo, sábio e conhecedor das Escrituras como era, tinha ciência de que o salário, por maior que seja, é pouco para o homem de Deus que renuncia a tudo para viver integralmente para a obra. Dessa maneira, a tradução mais fiel do versículo é “Digno é o obreiro de ser milionário”. Tal assertiva é uma citação às palavras de Jesus registradas no Evangelho de Lucas 10.7. Logo, trata-se de um duplo erro do copista, pois se Paulo sabia que um mero salário é pouco, quanto mais o dono do ouro e da prata.

Apocalipse 21.18: “E a fábrica do seu muro era de jaspe, e a cidade, de ouro puro, semelhante a vidro puro.”
Comentário: Sabemos que a Nova Jerusalém, destinada aos salvos, é de ouro puro, como diz a Palavra. Mas como não sabemos se vamos chegar lá, nada impede que construamos nosso império de ouro enquanto estivermos aqui. Sim ou nãããããão? E xô, miséria!!!

Soli Deo Gloria
Alessandro Cristian

Imagem do Pedir Mais Cedo extraída do Genizah.

sábado, 4 de setembro de 2010

Criação ou evolução? (Ou: "Disse o tolo no seu coração: não há Deus.")

A complexidade existente nos seres vivos é fascinante. O alfabeto genético contido no DNA é composto pelas letras A, T, C e G. Em cada célula humana há aproximadamente 3 bilhões de pares dessas letras. Nosso corpo, por sua vez, possui incontáveis trilhões de células.
O cérebro humano, essa pequena máquina que trazemos na caixa craniana, é constituído por cerca de 100 bilhões de células nervosas, pesando cerca de 1,3 quilogramas. É capaz de armazenar informações correspondentes a 20 milhões de livros.
A probabilidade de a vida ter surgido por acaso é praticamente inexistente. Calcula-se que as chances de se obter uma molécula de proteína ao acaso seria semelhante a um homem de olhos vendados encontrar um determinado grão de areia em meio ao deserto do Saara por três vezes seguidas. Detalhe: uma molécula de proteína não é vida: para obter a vida, são necessárias ao menos duzentas dessas moléculas juntas.
Quanto ao ambiente em que vivemos: o oxigênio existente corresponde a 21% da atmosfera terrestre. Esse número torna possível a vida em nosso planeta. Se a concentração total do oxigênio fosse de 25%, incêndios espontâneos seriam possíveis. Se fosse correspondente a 15%, morreríamos sufocados.
Se a atmosfera fosse menos transparente, a superfície terrestre não seria atingida por radiação solar o suficiente. Por outro lado, se fosse mais transparente, seríamos afligidos com níveis de radiação solar muito além dos níveis suportáveis.
Se a interação gravitacional existente entre a Terra e a lua fosse maior, os efeitos sobre as marés, sobre o tempo de rotação do planeta e sobre a atmosfera seriam extremamente severos. Se fosse menor, as mudanças orbitais provocariam o caos no clima. Em ambas as situações, não seria possível a existência de vida em nosso planeta.
Se o nível de dióxido de carbono fosse maior do que é agora, seríamos inevitavelmente queimados por um enorme efeito estufa. Por outro lado, se o nível fosse menor, as plantas não seriam capazes de manter uma eficiente fotossíntese, o que levaria a humanidade a morrer sufocada.
Só pra utilizar três chavões criacionistas:
1) Acreditar que toda essa complexidade provém do caos equivale a acreditar que um rato correndo desesperadamente sobre as teclas de um piano seria capaz de produzir a mais complicada sinfonia clássica já composta.
2) Crer que esse universo tão harmonioso com leis tão exatas e precisas é resultado de uma explosão ocasional nos leva a crer analogamente que a explosão em uma gráfica poderia originar uma enciclopédia Barsa.
3) Entender que o cosmos provém do caos corresponde a entender que há possibilidade de surgir uma metrópole da explosão de uma bomba atômica.
Não é possível acreditar que toda essa complexidade é fruto de um processo natural destituído de qualquer tipo de intervenção inteligente. Acredito que até mesmo quem afirma acreditar que somos obra do acaso, não acredita realmente, mas simula acreditar que acredita. No íntimo, não acredita.
Caia em si, prezado. Pare de dar soco em ponta de faca. Reconheça que há um Criador. E a Ele entregue sua vida.
Soli Deo Gloria
Alessandro Cristian
Imagem extraída de: http://galeriacores.blogspot.com. (Acesso em 04 de setembro de 2010).