O título do blog tem amplo significado. Tanto o autor como o presente espaço estão em constante construção.
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segunda-feira, 8 de fevereiro de 2016

Felicidade não existe.

Do alto das minhas quatro décadas de vida, posso afirmar que já vivi o suficiente para concluir que a felicidade não existe. Claro que muitos dirão que há controvérsias. Mas quero deixar aqui registrado, em breves palavras, o porquê de tal assertiva. 
Em primeiro lugar cabe ressaltar que a felicidade, como tudo aquilo que é abstrato, reside, sobretudo, no mundo das ideias. Não é algo tangível. Logo, não é passível de ser tocada, alcançada, tampouco comprada. Assim, tal termo pode ser empregado, no máximo, no sentido figurado, como uma metáfora para um momento de bonança. 
O tema já foi dissecado ad nauseam por escritores e filósofos ao longo dos séculos. Volumes e mais volumes foram produzidos objetivando expor o assunto. A algumas conclusões chegaram. Schopenhauer, por exemplo, afirmou que "o homem nunca está feliz, mas passa a vida toda se empenhando por alcançar algo que ele acha que lhe trará felicidade". Para Freud, "é muito menos difícil experimentar a infelicidade do que a felicidade". Já C.S. Lewis considera que Deus "refresca a nossa peregrinação com algumas hospedarias agradáveis, mas jamais nos encorajará a tomá-las erroneamente como nosso lar".
De acordo com Sócrates, a felicidade era o bem da alma, o qual só podia ser alcançado mediante uma conduta virtuosa e justa. Seu maior discípulo, Platão, por sua vez entendia que, pelo fato de que todas as coisas tem sua função, a função da alma é demonstrar virtude e justiça de maneira que, exercendo-as, ela obtém a felicidade. 
Kant, no entanto, entendia que, como a felicidade se coloca no âmbito do prazer e do desejo, nada tem a ver com a Ética e, portanto, não é um tema que interesse à investigação filosófica...
As religiões e os líderes religiosos são especialistas em oferecer a felicidade, como se oferece um prato ou qualquer outra coisa ao povo. 
Jesus Cristo, por outro lado, nunca a ofereceu a alguém, enquanto nessa Terra. É claro que nos ofertou algo imensuravelmente maior: a Vida Eterna. Mas isso no porvir, não aqui.
Pelo contrário, ele nos alertou que, enquanto estivermos nesse mundo, o sofrimento será uma realidade. "[...] no mundo tereis aflições [...]", disse o Mestre (João 16:33). Disse ainda que "As raposas têm covis, e as aves do céu têm ninhos, mas o Filho do homem não tem onde reclinar a cabeça" (Mateus 8:20). Privações, definitivamente, não estão ligadas à felicidade. Alguém aí pode me dizer onde está escrito que Jesus sorriu? Certamente não. Mas que está registrado que Jesus chorou, isso é fato:
"Jesus chorou." (João 11:35)
"E, quando ia chegando, vendo a cidade, chorou sobre ela." (Lucas 19:41)
Mesmo nosso estado na Eternidade, prometido por Cristo, entendo que não pode ser considerado felicidade, pois o homem julga o que ela é contrastando com a tristeza. E lá – afirmam os cristãos – não haverá tristeza para fazer tal contraste. Também não haverá lembrança de como era a tristeza. Não haverá lembranças negativas. Logo, não se poderá fazer oposição com as lembranças positivas.
Mas uma coisa é certa: lá estaremos continuamente na presença de Deus. E a presença de Deus e Sua graça nos bastam. Tanto aqui, como lá. Tanto no presente, como no porvir.
"E Deus limpará de seus olhos toda lágrima; e não haverá mais morte, nem pranto, nem clamor, nem dor; porque já as primeiras coisas são passadas." (Apocalipse 21:4).
Amém.

Soli Deo Gloria
Alessandro Cristian

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