Há pelo menos duas diferentes interpretações teológicas acerca da
constituição humana. Afinal, nossa natureza é dicotômica ou tricotômica? Entendo que o ser humano é constituído de um corpo material, e de um âmago imaterial.
Conquanto a maioria das igrejas evangélicas apresente uma visão tricotômica do homem – ou seja, a idéia de que o homem é formado de corpo, alma e espírito, a teologia reformada expõe a visão dicotômica, segundo a qual somos corpo e alma (ou espírito).
Entre aqueles que creem na natureza humana tricotômica, se afirma que a alma diz respeito somente à percepção deste mundo, enquanto o espírito é uma parte distinta da personalidade que pode ter comunhão com Deus e com o mundo sobrenatural.
No entanto, há dissonância entre tal pensamento e aquilo que diz a Palavra. Aliás, tanto o idioma hebraico como o grego utilizam "alma" e "espírito" como sinônimos. As principais passagens bíblicas utilizadas pelos tricotomistas na defesa de sua posição são I Ts 5:23 e Hb 4:12. Num primeiro momento, parece de fato haver distinção entre alma e espírito, mas vejamos o que exatamente quer dizer a Bíblia:
Conquanto a maioria das igrejas evangélicas apresente uma visão tricotômica do homem – ou seja, a idéia de que o homem é formado de corpo, alma e espírito, a teologia reformada expõe a visão dicotômica, segundo a qual somos corpo e alma (ou espírito).
Entre aqueles que creem na natureza humana tricotômica, se afirma que a alma diz respeito somente à percepção deste mundo, enquanto o espírito é uma parte distinta da personalidade que pode ter comunhão com Deus e com o mundo sobrenatural.
No entanto, há dissonância entre tal pensamento e aquilo que diz a Palavra. Aliás, tanto o idioma hebraico como o grego utilizam "alma" e "espírito" como sinônimos. As principais passagens bíblicas utilizadas pelos tricotomistas na defesa de sua posição são I Ts 5:23 e Hb 4:12. Num primeiro momento, parece de fato haver distinção entre alma e espírito, mas vejamos o que exatamente quer dizer a Bíblia:
Hebreus 4:12:
“Porque a palavra de Deus
é viva e eficaz, e mais penetrante do que espada alguma de dois
gumes, e penetra até à divisão da alma e do espírito, e das
juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e intenções
do coração.”
O texto em apreço não ensina a tríplice divisão
do homem. Antes, dá ênfase ao poder imanente à palavra do Senhor,
capaz de penetrar no mais profundo do ser.
Não trata da divisão do âmago humano em duas partes distintas.
I Tessalonicenses 5:23: “E
o mesmo Deus de paz vos santifique em tudo; e todo o vosso espírito,
e alma, e corpo, sejam plenamente conservados irrepreensíveis para a
vinda de nosso Senhor Jesus Cristo.”
Nesse caso, praticamente de maneira excepcional, a
Bíblia apresenta o elemento imaterial do homem
sob diferentes óticas. Acredito que o
apóstolo exorta o povo a santificar a vida em totalidade: a parte
material (corpo), a parte imaterial (espírito) e a soma de ambos
(alma).
Caso semelhante aos dois versículos acima
apresentados encontramos em Marcos 12:30, onde são citadas quatro
palavras sinônimas, sem que
necessariamente haja distinção entre elas:
“Amarás, pois, ao Senhor teu
Deus de todo o teu coração,
e de toda a tua alma,
e de todo o teu entendimento,
e de todas as tuas forças;
este é o primeiro mandamento.”
Kivitz [p. 138]
apresenta a seguinte ideia, bastante pertinente, a respeito da alma:
“Aqueles que dizem que a alma é a sede dos pensamentos, sentimentos e vontade esquecem que esses são atributos do espírito, pois Deus é espírito, não tem alma, mas tem pensamentos, sentimentos e vontade, já que é uma pessoa – a Pessoa. A alma, no ser humano, determina a identidade singular de cada pessoa, que não existe à parte de sua herança genética e que inclui tanto fatores determinantes da aparência física quanto registros psicoemocionais. Talvez seja essa uma das grandes diferenças entre a tradição da espiritualidade judaico-cristã e as demais espiritualidades. Todas as outras veem o corpo como obstáculo, prisão da alma, e apregoam que a plenitude da vida é possível apenas ao desencarnado. A espiritualidade judaico-cristã crê no corpo físico como imprescindível à existência humana.” [1]
Segundo o estudo bíblico “O corpo e a alma na Bíblia: O que eu sou?”, da Bíblia de Estudo de Genebra [p. 12],
“Na morte e no estado intermediário entre a morte e a ressurreição final, enquanto os mortos aguardam a volta de Cristo, o corpo e a alma são separados. No entanto, esse não é o nosso destino final. A esperança cristã não é que a alma seja redimida do corpo, mas sim que o corpo e a alma sejam redimidos juntos. Embora as Escrituras não expliquem a natureza exata do nosso corpo glorificado, sabemos que será relacionado ao nosso corpo atual de tal modo que manteremos a nossa identidade singular.” [2]
Em síntese, a meu humilde ver, é muito simples. O homem é constituído por duas partes, quais sejam: o corpo exterior (material) e o espírito (o ser imaterial).
Ademais, creio que Gênesis 2:7 sintetiza perfeitamente a visão dicotomista:
“E formou o SENHOR Deus o homem do pó da terra, e soprou em suas narinas o fôlego da vida; e o homem foi feito alma vivente.”
“Aqueles que dizem que a alma é a sede dos pensamentos, sentimentos e vontade esquecem que esses são atributos do espírito, pois Deus é espírito, não tem alma, mas tem pensamentos, sentimentos e vontade, já que é uma pessoa – a Pessoa. A alma, no ser humano, determina a identidade singular de cada pessoa, que não existe à parte de sua herança genética e que inclui tanto fatores determinantes da aparência física quanto registros psicoemocionais. Talvez seja essa uma das grandes diferenças entre a tradição da espiritualidade judaico-cristã e as demais espiritualidades. Todas as outras veem o corpo como obstáculo, prisão da alma, e apregoam que a plenitude da vida é possível apenas ao desencarnado. A espiritualidade judaico-cristã crê no corpo físico como imprescindível à existência humana.” [1]
Segundo o estudo bíblico “O corpo e a alma na Bíblia: O que eu sou?”, da Bíblia de Estudo de Genebra [p. 12],
“Na morte e no estado intermediário entre a morte e a ressurreição final, enquanto os mortos aguardam a volta de Cristo, o corpo e a alma são separados. No entanto, esse não é o nosso destino final. A esperança cristã não é que a alma seja redimida do corpo, mas sim que o corpo e a alma sejam redimidos juntos. Embora as Escrituras não expliquem a natureza exata do nosso corpo glorificado, sabemos que será relacionado ao nosso corpo atual de tal modo que manteremos a nossa identidade singular.” [2]
Em síntese, a meu humilde ver, é muito simples. O homem é constituído por duas partes, quais sejam: o corpo exterior (material) e o espírito (o ser imaterial).
Ademais, creio que Gênesis 2:7 sintetiza perfeitamente a visão dicotomista:
“E formou o SENHOR Deus o homem do pó da terra, e soprou em suas narinas o fôlego da vida; e o homem foi feito alma vivente.”
Ou seja:
1) Formou
o SENHOR Deus o homem do pó da terra (adamah):
o corpo, ou matéria.
2) Soprou em suas narinas o fôlego da vida (ruah): o espírito, o cerne imaterial.
2) Soprou em suas narinas o fôlego da vida (ruah): o espírito, o cerne imaterial.
3) O
homem foi feito alma vivente (nephesh):
alma, ou a soma do corpo e do espírito.
Simples assim.
(PS: Outros textos que apontam para
a bipartição humana: Eclesiastes 12.7; I aos Coríntios 5.5 e 7:34;
II aos Coríntios 7:1)
Referências:
[1] KIVITZ, Ed René. Vivendo com
Propósitos. São Paulo: Mundo Cristão, 2003.
[2] BÍBLIA: Bíblia de Estudo de
Genebra. 2. ed. Barueri, SP: Sociedade Bíblica do Brasil; São
Paulo: Cultura Cristã, 2009.
Soli Deo Gloria
Alessandro Cristian
Soli Deo Gloria
Alessandro Cristian
Gostei de seu comentário, mas ainda questiono, estarei examinando melhor seus pensamentos; obrigado.
ResponderExcluirGrato pela visita... Deus te abençoe.
ExcluirGostei bem objetivo parabéns
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