Um dos questionamentos mais comuns da humanidade, sobretudo aqueles que buscam o sentido da vida e/ou um encontro real com o Criador é: por que Deus não se revela a nós de maneira explícita? É claro que, primeiramente, encontramos a resposta em alguns textos do Antigo Testamento, e.g., na ocasião em que Moisés roga a Deus que mostre a ele sua glória e obtém a seguinte resposta: “Não poderás ver a minha face, porquanto homem nenhum verá a minha face e viverá”1.
Quando se despojou de Sua Glória e habitou entre nós como homem, o mundo veio a conhecer a Deus por intermédio de Jesus, “porque nele habita corporalmente toda a plenitude da divindade”2, “o qual é imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação”3.
O próprio Jesus por vezes afirmou que “quem me vê a mim vê o Pai”4. Dessa maneira, sabemos que “a todos quantos o receberam deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus: aos que crêem no seu nome” 5.
Mas a pergunta é: por que Deus não aparece explicitamente à humanidade hoje com a finalidade de convencer a todos acerca de Sua existência?
Sem dúvida, uma das coisas mais fantásticas da criação reside no fato de que Deus colocou em cada um de nós a liberdade de escolha. Destarte, temos liberdade tanto para aceitá-lo, como para rejeitá-lo.
Tal liberdade faz de nós criaturas morais, aptas a escolher nosso modus vivendi e, por conseguinte, nosso destino final. O Pai nos concede a oportunidade de fazermos as escolhas, inclusive onde desejamos passar a eternidade.
Objetivando assegurar essa liberdade que nos outorgou, Ele nos inseriu em um ambiente em que as provas de sua existência são abundantes6 mas sem a sua presença direta, uma vez que, se viesse a se revelar hoje, como Ele é, em toda a Sua Glória (sem levar em conta o motivo da não-aparição a Moisés), seríamos irresistível e inevitavelmente atraídos a Ele e, por conseguinte, teríamos nossa liberdade de escolha tolhida, violada.
Sua Glória nos “coagiria”, meros mortais, a aceitá-lo, temerosos de sermos fulminados.
Desse modo, Ele colocou no mundo evidências o suficiente para que, qualquer um que abra o coração sem parcialidade e sem ressalvas, venha a crer em Sua existência.
Por outro lado, colocou de igual maneira certa ambiguidade, de forma que, aquele em quem não haja tal disposição, não seja compelido a tal.
O Pai quer que devotemos nosso amor a Ele de livre e espontânea vontade. Doutra forma, não seria amor, mas medo ou qualquer outro sentimento. Menos o amor.
1. Êxodo 33.20; 2. Colossenses 2.9; 3. Colossenses 1.15; 4. João 12.45, 14.9; 5. João 1.12; 6. “Porque as suas coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto o seu eterno poder como a sua divindade, se entendem e claramente se vêem pelas coisas que estão criadas, para que eles fiquem inescusáveis”. (Romanos 1.20)
Não comentar um post não é necessariamente não ler, pois muitos lêem e não sabem como comentar, gostei deste texto e a única coisa que tenho pra falar é que a nossa escolha é só do modus vivendi e, não, por conseguinte, o nosso destino final. Visto que ninguém escolhe a condenação, mas apenas posturas que levam a ela. Bom! Isso é só detalhe de palavras, o conceito do texto em si é perfeito.
ResponderExcluirBoa observação, prezado Gresder.
ResponderExcluirMuito obrigado pela visita.
Deus abençoe sua vida.
Alessandro Cristian
Sua postagem é de extrema importância para nós nos dias de hoje, visto que vivemos em uma sociedade imediatista e incrédula.
ResponderExcluirA experiência de Moisés com certeza não foi de um novo convertido (apesar de a biblia não dizer).
O que quero compartilhar com esse texto é que quanto mais nos achegarmos a Deus, mais ELE se achegará a nós, basta estarmos dispostos a pagar o preço dentro de um mundo repleto de inversão de valores
abraço
Paz
Amém, caro Pr. Ricardo.
ResponderExcluirQue o Pai Eterno continue te abençoando.
Alessandro Cristian
Olá meu irmão,
ResponderExcluirMuito bom o seu texto, bem embasado biblicamente. Eu acrescentaria ainda que, com o advento do segundo pacto, o sacrifício de Jesus na cruz é, por si só, suficiente para convencer não somente da existência de Deus, sem que Ele se mostre visivelmente, como, também, para a salvação. Ademais, sem dúvida que, conforme asseverou Paulo, a própria criação demonstra a Sua existência (Deus).
Outro ponto é que, com relação ao plano salvífico, nada há que devamos fazer para alcançá-lo "por nossos próprios esforços", uma vez que 'somos salvos pela graça, mediante a fé e isso não vem de nós, mas de Deus' (Efésios 2:8-9). E é Ele quem efetua em nós tanto o querer como o realizar (Filipenses 2:13). De tal maneira que a soberania de Deus é completa, impossível de ser diminuída ou suprimida por atos humanos; ele nos elegeu (salvos) antes da fundação do mundo (Romanos 9:11-23)e quem somos nós para discutir com Ele? É possível ao vaso discutir com o oleiro? Essa é a razão pela qual Ele nos predestinou, justificou e glorificou (Romanos 8:30). Queiramos ou não, Deus é soberano e não depende da nossa vontade para promulgar os Seus decretos eternos, uma vez que Ele é o logos e não há quem possa resistir à Sua vontade. Em Cristo.
Prezado irmão Ricardo Mamedes
ResponderExcluirParabéns pelo pertinente acréscimo à postagem.
Que o SENHOR abençoe sua vida.
Alessandro Cristian
Bom...
ResponderExcluirQuando Deus se manifestou de forma inequívoca, isso nao impediu o homem de se afastar dEle.
No Paraíso, Deus conversava com Adao, chegou a passear ali no paraíso, mas Adão parece nao ter hesitado muito em dar ouvidos a satanás.
No Exodo, o povo via a manifestação constante da presença de Deus através de colunas de fogo e nuvens, de maná diário caindo do céu, etc, mas isso nao os impediu de construir e adorar um bezerro de ouro.
Quando Moisés viu a Deus, o povo - que estava próximo - disse que nao queria falar com Ele, para nao morrer: Moises que tivesse contato com Deus, eles nao...
Deus falava pessoalmente com Davi, que pecou de um jeito nada incomum.
Mais tarde, Deus se manifestou gloriosamente no templo construído por Salomão, lembra? Só pra ser desprezado em seguida.
E o que dizer de Elias? Num dia, ora e Deus faz cair fogo, no outro lá está ele fugindo de uma mulher. Por acaso, quando Deus fez cair fogo, o povo deixou de se afastar dEle?
O próprio rei Acabe, testemunha da vitória de Deus sobre os outros idolos, foi o rei mais impio da historia de Israel.
Quando Deus tentou se aproximar de uma forma mais humana, através de Jesus, a resposta também nao foi das melhores.
Bom, Deus tenta quase que desesperadamente se aproximar, se mostrar, das formas mais impressionantes até as mais sutis. A questao é: quanto a gente quer dessa aproximaçao, nao é?
Irmão, recomendo muitíssimo um livro chamado Decepcionados com Deus, que mudou radicalmente minha visao sobre como Deus se relaciona (ou procura se relacionar) conosco.
A paz.
Andréa
Prezada Andréa
ResponderExcluirInicialmente ressalto que a epígrafe traz um questionamento comum a muitas pessoas, mas que dentre as quais não me incluo. Acredito que Deus se revela a nós a todo momento, desde as situações mais simples às mais complexas, sobretudo por meio de Sua Santa Palavra (mas não só).
É fato, que o Eterno manifestou-se em outros tempos "muitas vezes e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas" e "a nós falou-nos, nestes últimos dias, pelo Filho" (Hb 1.1), como expressei no texto ora em comento (vide o 2º parágrafo).
Várias dessas maneiras pelas quais Deus se revelou, foram sabiamente citados em seu comentário.
Mas o cerne da postagem está no 4º parágrafo:
"Por que Deus não aparece explicitamente à humanidade hoje com a finalidade de convencer a todos acerca de Sua existência?". Isto é, muitos querem que aquele Deus mitológico, um senhor de cabelos grisalhos e barba longa, se mostre "hoje" para que possam crer. E sabemos que isso nunca vai acontecer, uma vez que, repito, “Porque as suas coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto o seu eterno poder como a sua divindade, se entendem e claramente se vêem pelas coisas que estão criadas, para que eles fiquem inescusáveis” (Romanos 1.20).
Hoje temos provas indiscutíveis da existência de Deus. Eu creio e você também. No entanto, muitos permanecem como a nação de Israel.
Jesus, ante a incredulidade dos judeus afirmou:
"Jerusalém, Jerusalém, que mata os profetas e apedreja os mensageiros que Deus lhe manda! Quantas vezes eu quis abraçar todo o seu povo, assim como a galinha ajunta os seus pintinhos debaixo das suas asas, mas vocês não quiseram!" (Mateus 23:37). Ele continua querendo abraçar a todos. Mas a maioria continua o rejeitando.
Por fim, lembro que no texto intentei também deixar patente a questão do livre arbítrio.
"Desse modo, Ele colocou no mundo evidências o suficiente para que, qualquer um que abra o coração sem parcialidade e sem ressalvas, venha a crer em Sua existência. (...) O Pai quer que devotemos nosso amor a Ele de livre e espontânea vontade. Doutra forma, não seria amor, mas medo ou qualquer outro sentimento. Menos o amor."
Muito obrigado pela visita e pelo comentário.
Deus abençoe sua vida.
Alessandro Cristian
PS: Já li "Decepcionados com Deus".
Amém, Crislaine.
ResponderExcluirMuito obrigado pela visita e pelo apoio.
Deus abençoe sua vida.