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sábado, 2 de abril de 2016

Batman Vs Superman: breve análise religiosa e filosófica

Hesitei um pouco para escrever essas breves linhas sobre o recém-lançado filme Batman vs Superman – A Origem da Justiça. Isso porque a tentação de disseminar spoilers é grande, mas não quero fazê-lo. Logo, decidi por citar, em linhas gerais, algumas ideias presentes na película ora em comento, sobretudo quanto aos seus aspectos religiosos e filosóficos.
Inicialmente, apesar de já ter sido algo bastante repisado ao longo das décadas, lembremos que Superman pode ser considerado como uma tipificação do Deus cristão ou, mais especificamente, de Jesus Cristo. Vejamos:

1) Filho unigênito;
2) Enviado à Terra por seu pai;
3) Seus poderes se assemelham aos atributos incomunicáveis de Deus:
a) onipresença – sua super velocidade pode levá-lo de um extremo a outro do mundo em fração de segundos;
b) onipotência: poder praticamente ilimitado, capaz até mesmo de fazer a Terra girar ao contrário de maneira a retroceder o tempo, como o fez em um de seus filmes antigos com o objetivo de trazer Louis Lane de volta à vida;
c) onisciência: graças à sua visão de raio x, bem como à sua percepção do mundo e audição apurada.

Quanto ao Batman, o Homem-Morcego, o Cavaleiro das Trevas, não podemos compará-lo a um “deus”, visto que sempre esteve bem patente se tratar de um ser humano comum que, graças a um árduo treinamento, anos de estudo e uma fortuna que propiciou a criação e desenvolvimento de equipamentos e veículos especiais, tornou-se um dos super-heróis mais famosos do mundo (pensando bem, árduo treinamento e anos de estudo não são coisa pra um ser humano comum. Tampouco a administração consciente de uma fortuna).

No que diz respeito a algumas ideias do filme:                               
1) Existe um Deus, existem falsos deuses e existem pseudo-deuses
Quanto ao primeiro, “O Senhor nosso Deus é o único Senhor” (Deuteronômio 6.4).  E a vida eterna é esta: que te conheçam, a ti só, por único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste.” (João 17.3), o qual é sobre todos, Deus bendito eternamente. Amém.(Romanos 9.5)
Quanto aos segundos, são citados aos montes na Bíblia: Baal em suas variadas denominações, Astarote (Astarte ou Azerá), Dagom, Moloque, Quemos, Postes-ídolo, o bezerro de ouro, etc. Fato é que o homem é especialista em criar para si falsos deuses, entronizando-os em seu coração e colocando-os no lugar que deveria pertencer somente ao Deus Verdadeiro. Acerca deles, a Bíblia é taxativa: Filhinhos, guardai-vos dos ídolos. Amém.(I João 5.21)
Já no que diz respeito aos pseudo-deuses, sobejam em nossa sociedade e, de maneira mais específica, nas igrejas ao redor do mundo. São aqueles que se colocam num pedestal e querem ser adorados pela membresia como os "novos messias". São os típicos pastores-coronéis que, semelhantemente ao tubarão, vivem rodeados por seus peixes-piloto, numa vergonhosa simbiose. Acreditam que sua palavra tem peso de lei, por isso a empurra goela abaixo nos fiéis. E ai daquele que discordar: é taxado de herege, rebelde, carnal e outros adjetivos menos suaves. Em arroubos de histeria, confundem autoridade com autoritarismo, querendo impor sua vontade “no grito”. São hábeis na arte de distorcer textos bíblicos em benefício próprio.

2) A sociedade está imersa no mal. “Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus” (Romanos 9.3). “Não há um justo, nem um sequer” (Romanos 3.10).
Nesse sentido, citemos também a Depravação Total, um dos cinco pontos do Calvinismo. Em síntese, “a depravação total significa que nossa rebelião contra Deus é total; tudo que fazemos nesta rebelião é pecaminoso; nossa incapacidade de submeter-nos a Deus ou de reformar a nós mesmos é total, e somos, portanto, merecedores de punição eterna” ¹.

3) “Deus está morto”. Ideia presente no filme, é também uma das assertivas mais conhecidas do filósofo Friedrich Nietzsche (1844-1900). É fato que por vezes essa frase tem sido mal interpretada, uma vez que, ao observarmos o contexto da citação em tela, percebemos que Nietzsche dá ênfase a um acontecimento cultural, ao afirmar que “E quem o matou fomos nós”.
No entanto, a sociedade hodierna parece ter adotado essa linha de pensamento. Os homens agem como se Deus estivesse morto. Como se fôssemos constituídos apenas pelo corpo, pela parte material, sem nos preocuparmos com o destino de nossa alma...
Nos esquecemos que Deus, proclamado morto mais por nossos atos cotidianos do que pelo aludido filósofo... É Eterno, sustenta todas as coisas pela palavra do seu poder, é o Rei dos reis e Senhor dos senhores... E está conosco todos os dias, até a consumação dos séculos.
Mas... “Disse o tolo no seu coração: Não há Deus [...].” (Salmo 53.1).

4) Um argumento antiquíssimo utilizado pelo ateísmo: Se Deus é Todo-Poderoso, Ele não pode ser tão bom, e se Ele é tão bom Ele não pode ser Todo-Poderoso".

5) “Deus está aos meus pés”. Frase proferida por Lex Luthor, é um pensamento presente em algumas vertentes religiosas da atualidade, ora de maneira implícita, ora de maneira explícita, onde Deus é visto como um mero serviçal que deve estar sempre pronto a satisfazer as vontades e necessidades do homem.

Por fim, mais duas nuances messiânicas de Superman:
1) Em determinado momento, O Homem de Aço interrompe sua batalha contra o Cavaleiro das Trevas para salvar uma vítima de um incêndio.  
“Porque o Filho do homem veio salvar o que se tinha perdido.
Que vos parece? Se algum homem tiver cem ovelhas, e uma delas se desgarrar, não irá pelos montes, deixando as noventa e nove, em busca da que se desgarrou? E, se porventura achá-la, em verdade vos digo que maior prazer tem por aquela do que pelas noventa e nove que se não desgarraram. Assim, também, não é vontade de vosso Pai, que está nos céus, que um destes pequeninos se perca.”
(Mateus 18.11-14)

2) Sua ressurreição (ou você acredita mesmo que ele vai permanecer sepultado?).

Soli Deo Gloria
Alessandro Cristian

(1) PIPER, John. Cinco pontos: Em direção a uma experiência mais profunda da graça de Deus. 1. Ed. São José dos Campos, SP: Fiel, 2014. 

Imagens extraídas da internet.

Um comentário:

  1. Eu vi nesse filme uma imitação do projeto de Deus...superman imitando Jesus...batman imitando o homem na sua razão, querendo ser o salvador do mundo, mas com recursos humanos...mulher maravilha imitando Espírito Santo que parece está omisso mas aparece no momento em que o homem nada pode fazer (batman ia morrer quando ela apareceu)...lex luthor homem caído que entrega sua alma ao inimigo (fez pacto de sangue com o inimigo) e isso é algo abominável aos olhos de Deus pq o sangue tipifica a vida. Jesus deu seu sangue para que através dele tivéssemos acesso ao Pai, a eternidade de Deus pelo perdão concedido pelo sacrifício de Jesus...Esse filme como a própria história desses super heróis são sim artimanhas do inimigo, pai da mentira, para distrair, desviar a atenção do homem para a verdade de Deus...

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