Como bem disse
Tertuliano, “O sangue dos mártires é a sementeira da Igreja”.
Tal assertiva expressa plenamente, de maneira simbólica, qual o
papel exercido pelos primeiros cristãos no cenário eclesiástico
mundial. O autor da Epístola aos Hebreus retrata fielmente as
agruras enfrentadas por nossos irmãos no início da Era Cristã:
“Foram apedrejados, serrados, tentados, mortos ao fio da espada
[...]” (Hb 11.37). Se o Evangelho chegou até nós isso ocorreu, em
primeiro lugar graças a Deus, é claro, e como segundo fator, é
inevitável que citemos os primeiros cristãos que, apesar do
sofrimento que lhes foi infligido e das circunstâncias adversas, não
negaram a fé e levaram adiante a Palavra.
Fantástico observar
a expansão do cristianismo. Começou com o Líder, o Cristo, nosso
Deus encarnado. Cristo selecionou como discípulos e como futuros
líderes de seu povo, 12 homens com as mais diversas características
e personalidades. Esses 12 logo fizeram centenas de outros
discípulos, que logo se expandiu para milhares. Após o nascimento
da Igreja no dia de Pentecostes, o livro de Atos narra que com a
pregação de Pedro, que era apenas um dos discípulos, num dia três
mil almas foram agregadas (At 2.41); noutro, quase cinco mil (At
4.4).
Chega um momento em
que, qual uma semente germinando, a Igreja não cabe mais em si. O
próprio Jesus utilizou essa metáfora, ao se referir à sua morte e
ao nascimento da Igreja: “Na verdade, na verdade vos digo que, se o
grão de trigo, caindo na terra, não morrer, fica ele só; mas se
morrer, dá muito fruto” (Jo 12.24). Assim, em pouco tempo
ultrapassa as fronteiras de Jerusalém, de Israel, do Oriente Médio.
Um dos fatores que
contribuíram para a expansão da Igreja foi a perseguição
promovida pelos judeus. Conforme descrito no livro de Atos, tal
perseguição na igreja nascente fez com que os discípulos se
espalhassem pelo mundo. Por isso, na realidade a expansão geográfica
está intrinsecamente ligada à expansão numérica, e vice-versa.
Uma vez que os cristãos necessitavam se alocar em outras cidades
para fugir da perseguição, aonde eles chegavam se tornava um novo
“ponto de pregação” em potencial. Interessante observar que a
Bíblia nos relata que “[...] todos os dias acrescentava o Senhor
à igreja aqueles que se haviam de salvar” (At 2.47). Noutra porção
das Escrituras, vemos Paulo afirmando “Eu plantei, Apolo regou; mas
Deus deu o crescimento” (I Co 3.6). I.e., quem faz a Igreja se
expandir e a ela acresce os salvos é o próprio Senhor da Igreja.
Certa afirmação
contida em Atos 17.6 chama a atenção para o assunto ora em comento:
“Estes que têm alvoroçado o mundo, chegaram também aqui”. Na
referida assertiva, que partiu de alguns “judeus desobedientes,
movidos de inveja”, aliada a outros textos bíblicos da lavra do
apóstolo Paulo (e.g., Colossenses 1.23, Romanos 1.8, I aos
Tessalonicenses 1.8) indicam que todos, de alguma maneira, ouviram o
Evangelho no século I d.C. Isso demonstra a grandiosidade da obra
realizada em apenas três ou quatro décadas. Como dito anteriormente
com outras palavras, o que começou com Um por volta do ano 30 d.C,
numa pequena cidade do Oriente Médio, apenas poucas décadas após
já eram milhares, dezenas de milhares, centenas de milhares por todo
o mundo. Isso porque a obra é de Deus, e não de homens.
Soli Deo Gloria
Alessandro Cristian
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Deixe sua opinião...
Que Deus muito o abençoe.