Humanamente falando, muitos consideram Judas o maior vilão da história.
Os Evangelhos nos demonstram seu caráter ambicioso em demasia, o qual culminou com a traição ao Mestre, em troca de trinta dinheiros (ou denários, moeda da época). Somente a título de curiosidade:
- Judas valorizou dez vezes mais uma libra (cerca de 330 gramas) de ungüento de nardo do que a vida do Mestre, visto que, no momento
- Trinta moedas era o valor correspondente ao preço de um escravo. Ou seja, Judas trocou sua libertação e a consequente salvação eterna pelo preço de um escravo.
É claro que até mesmo essa traição fazia parte do plano divino para a salvação da humanidade (e.g., Sl 41.9; Zc 11.13; Lc 9.22; Jo 17.12; e outros), mas observemos apenas no âmbito material.
Quantas vezes olhamos a vida desse homem e o condenamos por essa traição e pelo preço por ele cobrado?
Trazendo para os nossos dias, quantas vezes não julgamos as falhas de nossos irmãos, ao mesmo tempo em que cometemos deslizes muito maiores? Ou como Jesus disse, “... como podes dizer a teu irmão: Irmão, deixa-me tirar o argueiro que está no teu olho, não atentando tu mesmo na trave que está no teu olho? Hipócrita, tira primeiro a trave do teu olho e, então, verás bem para tirar o argueiro que está no olho de teu irmão” (Lc 6.42). É sempre assim: não tardamos em apontar e condenar o erro alheio; no entanto, fazemos vista grossa para nossos próprios erros, julgando-nos “os perfeitos”.
Quantas vezes temos sido tão traidores quanto Judas (ou até mais)?. E o que é pior: somos “comprados” e levados a trair Jesus por um preço bem menor que as trinta moedas.
Não convém nem mesmo mencionar o preço pelo qual O traímos. Nem ficar elencando os tipos de pecados que cometemos. Pense consigo mesmo: em troca de quê você tem traído Jesus?
Hoje, ao invés de malhar um Judas de pano, malhe o Judas que está dentro de você. Que por tantas vezes reduz o Senhor a nada e o substitui por mera efemeridade.
Bem sabemos, até que o personagem bíblico ora em comento buscou arrependimento, mas conseguiu apenas um remorso. Não sinta remorso por cometer imperfeições, falhas ou faltas. Sinta arrependimento. O primeiro pode levar à morte (espiritualmente). Já o segundo, quando genuíno, leva ao perdão dos pecados e, por conseguinte, à salvação eterna (Lc 3.3.; At 2.38; At 3.19; At 5.31; 2 Co 7.10).
Que Deus nos abençoe e nos ajude.
Soli Deo Gloria
Alessandro Cristian
Citações bíblicas: Bíblia de Estudo Pentecostal, versão Almeida Revista e Corrigida. Rio de Janeiro: CPAD, 1995.
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Que Deus muito o abençoe.